Feito em casa – uma imitação da vida pandêmica

Feito em casa
Feito em casa

É provável que as mensagens mais veiculadas na WEB contenham ideias como “Fique em casa”, “Use máscara”, “Lave as mãos”. A pandemia trouxe um conjunto de indicações para proteger a saúde das pessoas, devido à eminência de entrarmos em um estado de catástrofe em termos de saúde coletiva.

Mas o “Fique em casa” provavelmente é o campeão. Nunca se pediu tanto para as pessoas ficarem em casa. Ah, isto é um verdadeiro desafio, principalmente para as pessoas que se acostumaram a ir trabalhar todo dia, gostam de passear em shoppings ou mesmo caminhar em praias e parques. A vida não está nada fácil.

Se a gente pedisse a cada um dos leitores deste blog que contasse uma experiência do ato de ficar em casa, teríamos um conjunto gostoso de contação de histórias que talvez diminuísse um pouco esta nossa ansiedade de estar nesta prisão mental e física.

Mas enquanto os leitores daqui não se arvoram a contarem a própria história do ficar em casa, poderá apreciar os relatos de experiência Feito em casa, uma série que está disponível na plataforma Netflix, que traz 17 relatos de pessoas que tiveram de ficar em casa por causa do coronavírus.

As histórias de Feito em casa navegam entre a ficção e a realidade em narrativas como a da história do drone que bisbilhota a vizinhança e termina por testemunhar situações pitorescas da vida dos outros que também estão em casa. Há também encenações hilárias como o diálogo entre o papa e a rainha, que de maneira sutil discute as solidões que já existiam muito antes da pandemia.

Em outros momentos podemos assistir a narrativas modernas de conversações em chats digitais bem típicas do mundo atual. Quer mais: há atores-mirins ensinando muita gente grande a fazer monólogos, há relatos de convivência familiar ou de gente que sai de bicicleta perscrutando o que acontece quando as cidades estão vazias.

Feito em casa é um conjunto de textos ficcionais entrelaçados com documentários, que vão dos quatro aos 11 minutos, em vídeos gostosos de se assistir. A ideia foi muito boa, pois o espectador pode assistir a todos os vídeos de uma vez (são 101 minutos no total de duração da série) ou de forma mais lenta, devagar, divagando sobre cada questão trazida em cada história.

Os vídeos conseguem chamar a atenção por mexerem com questões fundamentais aos cidadãos confinados na era da pandemia, tendo o isolamento como desafio de sobrevivência. Aborda também a rotina do tudo sempre igual, em que nada muda, tendo a mudança como a próxima rotina que chegará.

Nas histórias há sorrisos, choros, lamentos, alegrias e tristezas: um convite à reflexão sobre as vivências de quem perdeu o costume do isolamento e da solidão.

Em uma das narrativas, houve espaço para o personagem confessar-se “em situação de privilégio”, apesar do vírus. Coisa que às vezes a gente esquece quando se ver confinado e só. Afinal de contas a pandemia é muito dura com os que estão em casa e mais perversa ainda com os sem lugar para morar.

A ideia foi tão boa que seria possível sugerir um novo conjunto de vídeos. Desta vez contando as histórias das pessoas que precisam sair de casa por força do trabalho. Há espaço também para abordar as histórias dos que se viram sem casa – sem ter lugar onde morar – tendo de lutar contra forças tão tenebrosas iniciadas pela doença e reforçadas pelas desigualdades sociais.

Uma última informação: muitas narrativas do conjunto de vídeos foram feitas com recursos audiovisuais bem básicos, daqueles equipamentos caseiros que a gente usa no dia a dia.

E aí, Leitor, que tal tentar contar sua história durante o período da pandemia Covid-19?


Até a próxima!

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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.