
Paulo Freire completaria 99 anos em 19 set. 2020. Em reconhecimento ao trabalho do educador brasileiro, o EPraxe selecionou dez trechos do livro Pedagogia da Autonomia para que os leitores por conhecê-lo mais.
Esperamos que gostem!
Primeiras Palavras
“Quem observa o faz de um certo ponto de vista, o que não situa o observador em erro. O erro na verdade não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-la e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 16
Prática docente: primeira reflexão
“Devo deixar claro que, embora seja meu interesse central considerar neste texto saberes que me parecem indispensáveis à prática docente de educadoras ou educadores críticos, progressistas, alguns deles são igualmente necessários a educadores conservadores. São saberes demandados pela prática educativa em si mesma, qualquer que seja a opção política do educador ou educadora”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 23
Ensinar exige pesquisa
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino * * . Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 30
Ensinar exige criticidade
“Devo deixar claro que, embora seja meu interesse central considerar neste texto saberes que me parecem indispensáveis à prática docente de educadoras ou educadores críticos, progressistas, alguns deles são igualmente necessários a educadores conservadores. São saberes demandados pela prática educativa em si mesma, qualquer que seja a opção política do educador ou educadora”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 33
Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural
“Conhecer não é, de fato, adivinhar, mas tem algo que ver, de vez em quando, com adivinhar, com intuir. O importante, não resta dúvida, é não pararmos satisfeitos ao nível das intuições, mas submetê-las à análise metodicamente rigorosa de nossa curiosidade epistemológica.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 46
Ensinar não é transferir conhecimento
“É preciso insistir: este saber necessário ao professor – que ensinar não é transferir conhecimento – não apenas precisa de ser apreendido por ele e pelos educandos nas suas razões de ser – ontológica, política, ética, epistemológica, pedagógica, mas também precisa de ser constantemente testemunhado, vivido.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 47
Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
“Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 53
Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando
“Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar. A boniteza de ser gente se acha, entre outras coisas, nessa possibilidade e nesse dever de brigar. Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do educando exige de mim uma prática em tudo coerente com este saber.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 59-60
Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores
“Uma das formas de luta contra o desrespeito dos poderes públicos pela educação, de um lado, é a nossa recusa a transformar nossa atividade docente em puro bico, e de outro, a nossa rejeição a entendê-la e a exercê-la como prática afetiva de “tias e de tios”.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 66
Ensinar exige apreensão da realidade
“Creio poder afirmar, na altura destas considerações, que toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho gnosiológico; a existência de objetos, conteúdos a serem ensinados e aprendidos; envolve o uso de métodos, de técnicas, de materiais; implica, em função de seu caráter diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideais. Daí a sua politicidade, qualidade que tem a prática educativa de ser política, de não poder ser neutra.”
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, p. 68
Dados do livro: Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire, 2019, editora Paz e Terra.
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