
A Internet começou a ser massificada no início dos anos 1990. Naquela época houve um alvoroço de personalidades que exaltaram o espaço digital como se fosse um paraíso. Era difícil encontrar alguém que tecesse considerações a respeito dos pontos controversos da rede das redes .
E esse movimento cheio de positividade atravessou meios de comunicação, comunidade acadêmica e sociedade em geral.
Hoje já encontramos uma comunidade sólida de pensadores que discute a Internet, levando em conta tanto os aspectos positivos quanto os limitadores da sociabilidade no digital.
E esses pensadores têm alcançado a mídia de massa com textos primorosos sobre as mediações sociotécnicas na Internet.
Entre esses pensadores podemos citar Jaron Lanier, músico e cientista da computação, que questiona a centralidade das mídias sociais digitais em nossa vida. O livro que o cientista escreveu, Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais, pode deixar muita gente tonta quando o assunto for participar de redes sociais na Internet.
Outra pensadora preocupada com esse tema é Shoshana Zuboff, estudiosa do que ela denomina Capitalismo de Vigilância, um estado de relações sociais em que somos vigiados o tempo todo. O artigo da autora TUA ESCOVA DE DENTES TE ESPIONA – Um capitalismo de vigilância, na revista Le Diplomatic Brasil é bem elucidativo sobre este momento de vigilância constante que vivenciamos na Internet.
Outra estudiosa da convivência na Internet é a pesquisadora Cathy O’Neil, especialista em algoritmos, que estuda, dentre outros assuntos, como o big data aumenta as desigualdades sociais. A reportagem de El País se torna uma leitura interessante sobre o problema.
Todos esses pensadores, e muitos outros pesquisadores das tecnologias, participam do documentário O dilema das redes, lançado este ano pela Netflix.
Os depoimentos são de profissionais que estiveram dentro das empresas ou que pesquisam a dinâmica do digital há bastante tempo.
A estratégia narrativa do documentário foi bem ousada por arquitetar um híbrido de ficção com depoimentos de pessoas envolvidas na questão da Internet deste início de milênio.
A narrativa ficcional ajudou na inserção de temas tão comuns hoje na vida dos cidadãos que povoam os espaços digitais, mas que, ao mesmo tempo, são difíceis de ser compreendidos.
Os 94 minutos de narrativa fluem bem, e a gente não percebe o documentário caminhar.
Se você se interessou pelo documentário Privacidade Hakeada, provavelmente vai gosta de O dilema das redes. Na prática você estará ampliando seus conhecimentos sobre as questões da vida na Internet.
Até a próxima!
O que é? O dilema das redes
Que é isto? Documentário
Quem dirigiu? Jeff Orlowski
Quem produziu? Netflix
De que ano é? 2020
Quanto tempo dura: 1 h 34 min
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