Pós-Pandemia

Pós-Pandemia
Pós-Pandemia

Já estamos na fase de pós-pandemia?

Nestes tempos do pós-tudo. Tudo que não conseguimos explicar, a gente acrescenta o prefixo “pós” e assim se explica tudo. Estamos na era do pós-tudo e, em consequência, da pós-pandemia.

E o pós-tudo, que aqui a gente chama de pós-pandemia, se instalou em nossas vidas nos convidando para viver o momento. – Ah, sabemos que morreremos amanhã, então que vivamos intensamente!

A pandemia existe. Já atinge muita gente, já foi comprovada cientificamente e nós não acreditamos e continuamos levando a vida à procura de uma tal de felicidade.

Enquanto a pandemia atinge quase 40 milhões de pessoas no mundo e mantém mais de 300 mil pessoas se infectando diariamente, a gente precisa ir ali na esquina…

Mas esse negócio de Covid-19 é coisa lá do outro lado do mundo. Por aqui a gente ver a cada dia mais e mais pessoas nas ruas. As quadras de esporte estão lotadas com homens e meninos jogando bola o dia todo. Sai um time, entra outro, a diversão não pode parar. Após um gol todos se abraçam e gritam loucamente. Nas quadras de voleibol não é diferente: ao fazer um ponto, o bater e tocar de mãos é alucinante. Depois, correr para o abraço.

É frequente também nos condomínios as crianças se divertirem.  Uns se encostam nos muros das quadras, outros se aglomeram olhando a galera chutar a bola. Interessante é ver que todos estão de máscara. Há uns que estão enamorados e vez por outra beijam-se ardorosamente. Sem máscara, é claro!

Nas praias? É gente nas calçadas, nas areias, dentro da água. São roupas molhadas e peles bronzeadas.

E ainda temos os paredões e os pancadões com centenas e centenas de pessoas que se reúnem com aqueles sons altos à procura de sonhos altos, pois a vida se perdeu e se encontrou noite adentro.

Não esqueça: Viajar é preciso!  Gente perambulando, indo de uma cidade para outra visitar parentes e amigos. Nunca esse povo precisou tanto de gente.

E assim continuamos a viver, a sobreviver e a morrer. A conversa do “pós” continua forte, e a única certeza que sobrevive é que com pandemia ou sem pandemia toda a gente vai sair para as ruas.

Isto me faz lembrar do poema Se eu morresse amanhã, de Álvares de Azevedo, e cantarolar baixinho “Que sol! que céu azul! que doce n’alva

Até a próxima!


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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.