Leituras na Pandemia

Leituras na Pandemia
Leituras na Pandemia

Quase 9 meses em casa por conta da pandemia não é fácil. Mas a situação fica mais amena quando se tem acesso a uma leitura prazerosa. Aproveitei o máximo do tempo da pandemia em leituras mil. Abaixo alguns dos livros curtidos no período de março a novembro de 2020.

Jamais fomos modernos: Ensaio de antropologia simétrica, de Bruno Latour: uma discussão muito boa sobre questões da antropologia diante da concepção do que seja “Moderno”.

Informação. Linguagem. Comunicação, de Décio Pignatari: traz questões essenciais sobre comunicação em linguagem direta e acessível.

Pode o Subalterno Falar?, de Gayatri Chakravorty Spivak: uma discussão empolgante sobre o lugar de fala.

A Crônica, de Jorge de Sá: um ensaio leve e gostoso a respeito de um gênero literário que apaixona todo tipo de leitor.

No enxame: Perspectivas do digital, de Byung-Chul Han: uma consistente discussão a respeito das mediações sociais em um mundo submerso em zeros e uns.

A Verdade e as Formas Jurídicas, de Michel Foucault: depois de ler A ordem do discurso anos atrás, fiquei me devendo uma segunda leitura de Foucault. Foi quando me deparei com A verdade e as formas jurídicas: um texto irreverente e atual que explicita para nós o pensamento de Foucault, um filósofo que ainda muito influencia os estúdios das ciências sociais brasileiras.

A ordem do discurso, de Michel Foucault: após ler A verdade e as formas jurídicas, voltei para A ordem do discurso para entender melhor o pensamento de Foucault quanto às articulações entre discurso e poder.

Antropologia do Ciborgue: As vertigens do pós-humano, organização de Tomaz Tadeu: o texto central deste livro é o de Donna Haraway. Nele a autora defende ideias impactantes sobre a questão Ciborgue na vida das pessoas.

A questão da técnica, de Martin Heidegger: este livro foi uma releitura. Ao ler O mundo codificado, de Flusser, tive de voltar a Heidegger para compreender melhor a questão da técnica na perspetiva. Olha como a gente acaba interligando os textos?


Trechos de algumas das obras

Nosso tempo é um tempo de ultrapassar barreiras, apagar antigas categorias – e sondar o mundo à nossa volta. Quando dois elementos aparentemente díspares são combinados de forma imaginativa, justapostos de maneiras novas e singulares, é comum surgirem descobertas espantosas.
Marshal McLuhan, em O meio é a massagem, p. 10.

Consideremos agora as margens (pode-se meramente dizer o centro silencioso e silenciado) do circuito marcado por essa violência epistêmica, homens e mulheres entre os camponeses iletrados, os tribais, os estratos mais baixos do subproletariado urbano.
Gayatri Chakravorty Spivak, em Pode um subalterno falar?, p. 69.

O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por que, pelo que se lutar, o poder do qual queremos nos apoderar.
Michel Foucault, em A ordem do discurso, p. 10.


Para despertar o desejo de leitura, veja abaixo trechos de alguns dos livros aqui descritos. E haja leitura!

Até a próxima!!!

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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.