
É provável que nunca tivemos tanta gente fazendo educação a distância no Brasil como estamos vivenciando durante a da pandemia do coronavírus.
Durante a semana navego de tela em tela, assistindo a aulas, apresentando trabalho, olhando vídeos, analisando fotos: uma viagem sem fim.
Apesar de estar cansado quando chega a sexta-feira, confesso que me identifico muito com a educação a distância, e esta modalidade faz parte da minha história.
Conheci cursos a distância quando tinha 10 anos. Meu pai e minha mãe se reuniram no quarto e depois me chamaram para conversar. Eles queriam voltar a estudar e iriam fazer cursos a distância para melhorar o currículo de cada um deles. Minha mãe optou por um curso na área de saúde, e meu pai, por um curso na área de eletricidade.
O interessante é que eles queriam que eu os ajudasse nos estudos. Veio um medo muito grande, pois teria de aprender e ajudar meus pais ao mesmo tempo em áreas de conhecimento tão distintas.
Mas os módulos iam chegando, eu me debruçava sobre os textos e depois partíamos para estudar juntos. Foi uma experiência emocionante: estudar com os meus pais. Nunca me esqueci daqueles dias.
Anos mais tarde, com 16 anos, formei uma pequena poupança e me inscrevi em um curso a distância sobre a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Como estava fazendo o curso técnico em contabilidade, resolvi que o primeiro assunto que eu deveria aprender com profundidade era sobre os fundamentos dos direitos do trabalhador.
Na idade adulta fiz cursos presenciais em nível de licenciatura, depois em especialização e mestrado. Mas não deixei de lado os cursos a distância. Também participei de cursos de extensão e aperfeiçoamento. A vida de estudante continuava.
Fiz cursos em nível de especialização em instituições, como Senac, Senai, Universidade de Brasília e Universidade Federal do Rio de Janeiro: todos na modalidade de educação a distância.
Participei de eventos de aperfeiçoamento, também em educação a distância, em instituições como Senac, Senai, Universidade de Brasília, Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), Instituto Paulo Freire, revista Cult, Movimento sem Terra, Fundação Perseu Abramo e Universidade de Santa Catarina. Foi um longo processo de aprendizagem.
No trabalho recebia elogios dos colegas e clientes em torno de aprendizagens que desenvolvi em cursos a distância. Eles nem sabiam disto. Assim, fui criando o sentimento de prazer e orgulho por participar de cursos a distância.
Comecei o doutorado em Educação, na Universidade Federal da Bahia, em 2020. E não é que aparece a pandemia e tenho de voltar a estudar a distância. Que encontro agradável! Tenho aprendido muito e descoberto muitas ferramentas de tecnologias da informação e comunicação para uso em educação a distância, feito amizades e aprendido bastante, é claro.
Mas o leitor perguntará: a educação a distância não é limitada? Ela é indicada para crianças? Ah, isto é coisa para uma próxima postagem.
Até a próxima!
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