Uma entrevista com Chimamanga

Uma entrevista com Chimamanga
Uma entrevista com Chimamanga

Conheci Chimamanda Ngozi Adichie entre 2014 e 2015, quando participava da organização de um curso para formação de educadores corporativos. Uma colega nos apresentou o vídeo no Ted Talks Os perigos de uma história única e começamos a pensar como trazer aquela discussão para dentro do ambiente empresarial. Os momentos de discussão do vídeo eram maravilhosos e cada vez que eu assistia ao vídeo mais eu aprendia sobre diversidade com Chimamanda.
Para minha grata surpresa fiquei sabendo da entrevista que Chimamanda concederia ao programa Roda Viva. Fiquei curioso para ouvir mais reflexões da escritora.
Chimamanda é uma narradora ímpar. Ela recupera a tradição da contação de história da cultura africana, mostrando a força que a oralidade tem para mobilizar o imaginário das pessoas. Ela também escreve ensaios sobre feminismo e faz literatura compartilhando as nuances da cultura de origem africana para o mundo.
Nascida na Nigéria, mudou-se para os Estados Unidos, onde atualmente trabalha com atividades de escrita e apresentações que discutem questões sociais do nosso tempo.
A entrevista no Roda Vida foi construída em uma roda de conversa on-line. A entrevista se desenrolou em um bate-papo leve, tranquilo e alegre, em um grupo de mulheres preocupadas em recuperar questões sociais tão vitais para a luta das mulheres por um mundo mais igualitário quanto à política de gênero e, ao mesmo tempo, confabulando sobre a formação do ser mulher que não pode se submeter a puro ativismo, mas viver-se mulher plenamente. A conversa se expandiram para assuntos como o da moda, o posicionamento dos homens negros quanto às discriminações contra o feminino, questão da maternidade: um cesto de diversidade.
Chinamanda não fugiu das perguntas mais delicadas, mas, ao mesmo tempo, fez questão de mostrar-se como ser humano, sujeito a erros e equívocos, mas como pessoa imbuída de lutar contra as desigualdades.
Houve momentos que lembrei de Milton Santos, quando o intelectual não se deixava se submeter a determinados pontos de bolhas, próprios dos grupos, e reafirmava a própria identidade intelectual. Chimamanda tem pensamento próprio e não se deixa levar pelos arroubos das filiações grupais, que às vezes nos impedem de ser nós próprios como pensadores.
As entrevistadoras estavam encantadas pelo fluxo ao qual a entrevista estava envolta, mas isto não retirou da conversa o caráter criativo e de aprendizagem próprio de um bate-papo formado por mulheres intelectuais como fora o contexto da entrevista.
Vamos parar por aqui. O internauta que vá a entrevista e volte para discutir outras questões ocorridas no bate-papo por aqui.
Até a próxima!

Algumas ideias de Chimamanga

“Primeiro Momento – Eu decidi para de me esconder, porque, na verdade, quando comecei a escrever, eu fingia não me interessar por moda ou maquiagem, porque queria ser vista como uma pessoa muito séria, e isso é verdade nos EUA: muitas vezes uma mulher, para ser levada a sério, não pode ser muito como lguém que se importa com a própria aparência. Mas eu venho de uma cultura, aqui na Nigéria, onde você precisa cuidar da aparência, e tendo sido criada por minha mãe, Grace Archie, era melhor eu cuidar mesmo.
Na verdade, penso nisso como ser quem sou. Quero que me permitam ser todas as coisas que sou, e ao ser todas essas coisas, não quero que uma delas seja usada de alguma forma como motivo para questionar minha inteligência ou minha capacidade, entende?
Eu me interesso genuinamente por moda, gosto genuinamente de maquiagem, gosto genuinamente de História, gosto genuinamente de arte, amo profundamente a literatura, me interesso muito e sou apaixonada por feminismo e política. Todas essas coisas me compõem, e não quero negar nenhuma parte de mim.”

Segundo Momento – “Porque é de se imagina, se você sofre um tipo de preconceito, isso deixa você mais compreensivo com outros tipos de preconceito. Só que descobri que não é nada disso.”


.coresvivas {color: Blue;} Dados do Evento
O que foi?
. Entrevista Roda Viva com Chimamanda Ngozi Adichie
Quem estava lá?
. Chimamanda (entrevistada)
. Vera Magalhães (coordenadora da entrevista)
Entrevistadoras
. Carla Kotirene
. Djamila Ribeiro
. Marcela Franco
. Carol Pires
. Adriana Ferreira Silva
Quando foi?
. 14 de junho de 2021
Onde posso assistir?


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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.