
É muito comum as pessoas sugerirem para nós a leitura ou a audição de uma música. Nossa vida é rodeada de indicações: visitar um parque inaugurado recentemente ou ir ao cinema assistir ao filme do momento. O que seria de nós se não fossem as recomendações?
Nas artes temos os críticos da cultura, comentando filmes, livros e quadros de pintura; na academia temos os comentadores, que fazem apreciações sobre os pensadores originários de alguma teoria. E assim a vida anda.
Mas o século XXI trouxe muitas surpresas para a vida cotidiana, como a possibilidade de a gente receber recomendações de objetos técnicos.
Você usa GPS com frequência? Já notou como esse objeto cada vez mais faz parte do nosso dia a dia? Fico impressionado quando uso uma rota alternativa que não faz parte da base de dados do GPS, e o aplicativo, “todo preocupado”, lança muitos alertas na tela, relatando o erro que cometi. O que dizer das plataformas pagas de vídeo? É uma longa lista de recomendações: “Em alta”, “Dramas emocionantes”, “Só na Plataforma“, “Filmes independentes”, “Favoritos da crítica”, “Histórias reais” e por aí vai. Ainda há itens de menu como “surpreenda-me”, prontos para buscar novas indicações para o espectador.
E as recomendações não param por aí: quando procuro alguma informação no sistema de busca, sou surpreendido com várias peças publicitárias que vão se acumulando na tela em forma de pop up. Diante de tamanha onda de recomendações mediadas por algoritmos, haja fôlego para o cidadão comum lidar com essa situação, pois muito do que esses objetos técnicos nos oferecem como recomendação não é percebido como recomendação, muito menos é percebido pelo cidadão comum como uma recomendação automática, que é baseada nos rastros dos comportamentos que toda gente vai deixando nos grandes servidores de empresas de mídias sociais e mecanismos de busca.
E assim toda gente vai vivendo, de recomendação em recomendação, só que agora, as recomendações não são realizadas somente por humanos como eram antes; agora humanos e não humanos indicam e direcionam o que os demais humanos precisam fazer.
Há muito o que aprender dentro deste novo mundo de recomendações, em que não conseguimos identificar o sujeito que está sugerindo o que devemos ler, escrever, escutar, falar e pensar. Haja desafios!
Até a próxima!
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