Nos tempos dos cartões telefônicos

Nos tempos dos cartões telefônicos

Antes de existir a internet, as conversações a distância eram mais por telefone, mas nem todo mundo podia ter o aparelho em casa e o jeito era usar telefones públicos. E para usar o telefone público a pessoa tinha de comprar um cartão telefônico. Os cartões acompanhavam a gente nas carteiras de documentos e nas bolsas. Antes dos cartões ainda havia as fichas telefônicas, mas não vamos tão longe assim na linha do tempo.

Os cartões vinham com carga única, com uma quantidade de créditos para a pessoa fazer alguns minutos de ligações; após o término da carga, o jeito era comprar outro cartão. Naquele tempo muita gente gostava de colecionar cartões, pois estes traziam ilustrações com temas bem interessantes. As figuras que trago neste post é de um cartão cujo tema era horóscopo, assunto que atiçava o imaginário de muito adolescente, e de adulto também.

Os telefones públicos tinham muita serventia, pois em alguns casos atendiam uma comunidade inteira, tanto para fazer quanto para receber ligação. De certa forma o telefone público potencialmente propiciava um espírito de solidariedade entre os cidadãos, pois quando alguém atendia a ligação em um desses telefones, buscava encontrar o destinatário da ligação, preocupado para que o outro não perdesse a mensagem. Mas não era só de solidariedade que potencialmente os telefones públicos serviam. Muita gente gostava de fazer trote, sem se identificar, ou mesmo fazer ligação a cobrar para economizar com compra de cartão telefônico.

Encontrei o cartão das imagens aqui postadas dentro de um livro que foi lançado em 2001, período já de transição de usos entre telefones fixos e telefones celulares. 

Hoje as pessoas quase não usam mais telefones fixos, e os telefones públicos estão quase desaparecidos, uma mudança de cultura técnica. Cada vez mais a telefonia tem se personalizado, e os smartphones são de usos individuais. São os novos tempos!

Fico feliz por ter vivido todos esses tempos: o tempo em que não havia telefone em casa; o tempo em que usei bastante cartão em telefones públicos; o tempo em que adquiri o primeiro telefone fixo; o tempo em que utilizei o primeiro telefone celular; o contentamento de fazer a primeira ligação por vídeo. E por aí vai.

Em cada tempo aqui relatado, as interações com a telefonia se transformavam, e eu me transformava também. O smartphone hoje fica próximo do meu corpo o tempo inteiro, já não é mais desligado, não lembro mais dos números dos telefones das pessoas conhecidas, pois tudo está guardado na memória daquele objeto técnico.

E os cartões de telefone? Ora, eles fazem parte da boa memória, da saudade, da nostalgia.

Até a próxima!


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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.