
Cecília Amado vem se dedicando ao cinema há algum tempo. O leitor lembra do filme de ficção Capitães da Areia, uma adaptação do romance de Jorge Amado? Mas Cecília Amado não ficou somente na narrativa audiovisual de ficção e produziu e dirigiu em 2023 o documentário Reggae Resistência, tendo como parceiro Pablo Oliveira.
Reggae Resistência faz um mapeamento do movimento reggae no estado da Bahia, circulando entre Salvador, Cachoeira e Feira de Santana, de Feira de Santana para radiografar a cena Reggae por meio de diversos depoimentos de artistas e produtores que narram a origem e história de luta desse movimento artístico no estado da Bahia. O Reggae é originário das terras jamaicanas, mas foi muito bem acolhido nas terras brasileiras.
É assim que artistas, ativistas, produtores e admiradores que serviram para o desenvolvimento da cultura reggae na Bahia vão contando uma história que já chega aos 40 anos de muita caminhada, espalhando-se por todas as terras da Bahia de São Salvador. A fila de contribuintes históricos é grande: gentes e instituições como Edson Gomes, Nengo Vieira, Lazzo Matumbi, Jorge Alfredo, Gilberto Gil, Jeremias Gomes, Sine Calmon, João Teoria, Diorina, Nelma Marks, Jorge de Angélica, Serginho Nunes, Jôh Ras, Diamba, Mosiah, Alumínio e Ministério Público, Jussara Santana, Albino Apolinário, Rafael Costa louvam em uníssono coro em favor da música reggae da Bahia.
O Reggae invadiu a Bahia ainda na década de 1970 a partir de muitos acontecimentos, como a gravação de Nine of ten, de Caetano Veloso, a ida de Gil e Caetano à África, que quando voltaram para o Brasil iniciaram um processo criativo de maior influência africana. A viagem de Gilberto Gil à Jamaica, que deu origem ao ao Kaya na Gandaia, a luta dos cidadãos comuns vindos do povo, que insistiam em comprar discos de Reggae em um contexto de mídia que virava as costas para as músicas do terceiro mundo. O próprio repertório contido na discografia de Gil foi constante em inserir Reggae como marca da produção. As comunidades de Feira de Santana e Cachoeira contribuíram sobremaneira a existência de público distinto que valorizava o legado artístico-cultural vindo da África, que não era restrito somente à cena musical, mas se estendia na culinária, na moda e no modo de existir e resistir desse povo.
Mas o leitor deve estar curioso para saber quem foi toda essa gente, formada de artistas, ativistas, produtores e entusiastas (acima listados), que ajudou no processo de revolução na cultura da Bahia. Ora, ora, o jeito é assistir ao documentário e desfrutar de uma história contada pelos próprios homens e mulheres históricos que estiveram lá nas origens e que ainda continuam em luta contra o colonialismo cultural. É isto, O Reggae é resistência e invadiu a Bahia.
Até a próxima!
Dados da Obra O que é? Reggae Resistência [documentário] Quem dirigiu? Cecília Amado e Pablo Oliveira Quem produziu? Tenda dos Milagres Como faço para assistir? Nos cinemas Ou acompanhe a programação na TVE Bahia
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