A jornada ancestral em Bela Gil

Bela Gil ancestral
Bela Gil ancestral

É sublime ver Bela Gil dançando em um dos shows do documentário Viajando com os Gil. É sublime porque é ancestral. É sublime porque são movimentos que até hoje vivem dentro dos corpos negros, embelezados pelos movimento em sintonia com a História e o transcendental.

Mas Bela não é só dança, ela cozinha, cozinha respeitando o mundo de todos os seres que povoam este lugar chamado Terra. Ela também é uma pessoa curiosa e busca o tempo todo descobrir-se dentro da cultura brasileira.

E um desses registros de descobertas é o documentário Belas Raízes, uma jornada ancestral, que retrata a jornada de recuperação das tradições no tempo presente, ressignificadas pelos milhares de cidadãos desconhecidos espalhados Brasil afora.

A jornada de Bela começa na Bahia, onde a menina curiosa vai atrás dos gestos da capoeira, um ato cultural de organização e criatividade, principalmente quando ela explora a resistência das mulheres em ação cultural, que é música, é dança, é luta e é educação.

A viagem continua pelo cerrado goiano, mexendo novamente com as coisas do corpo, no meio dos Kalungas e os rituais dos banhos e dos sabonetes.

Mas Bela não se contenta e vai livre e solta saber os segredos das jiboias nas artes produzidas na cultura do povo da aldeia Mucuripe, no território Huni Kuin.

O trabalho corpo-espiritual continua com a feitura das panelas de barro, em Goiabeiras, Espírito Santo. Haja fôlego! E fôlego é o que não falta em Bela, quando ela chega ao Recife à procura das oferendas sustentáveis, feitas pelo pessoal de santo do Candomblé, em um momento mágico de união de religião, humanos e natureza: que belo exemplo.

Bela não para, é menina traquina e vai bisbilhotar o que fazem as parteiras Kalunga, em Goiás. O que a medicina ancestral tem a nos ensinar?

O compromisso de Bela com a Natureza é intenso. Em busca de saúde integral, a menina sapeca visita o assentamento Contestado, Paraná, para observar o que as pessoas podem fazer para reformar a vida agrária no país afora.

Em todas as visitas, Bela Gil assume o prazeroso papel de aprendiz. No Território Tenondé Porã, em São Paulo, Bela se reeduca com os rituais da agricultura Guarani, e se integra à cultura, que no fundo está dentro de todos nós.

E com a mesma inabalável força das abelhas para o trabalho, Bela Gil, envereda no universo da produção de mel em Goiás e, é claro, com todo o respeito ao meio ambiente.

Mas é em Brasília que ela se envolve com os segredos da construção dos – Florais da Amazônia, enfatizando o quanto a medicina da natureza pode contribuir para a construção de um mundo melhor.

No Paraná Bela penetra mais fundo nos poderes dos óleos essenciais na produção de aromas, aromas para nos fortalecer e nos tornar mais sublimes, como a dança que anunciei que Bela é capaz de realizar.

É na região Norte, novamente no Acre, que Bela Gil busca a cura pelas plantas, conhecimentos ancestrais que há muito deixamos sublimados em nossa mente.

Bela Gil fecha o ciclo de vivências entrando na dança, em movimentos sincopados do Jongo, no Rio de Janeiro.Sob conhecimentos tradicionais, resistências e modos outros de viver, Bela Gil vai desvelando o Brasil e descobrindo a si própria em uma jornada de corpo, mente e espírito, atrelada ao que os outros têm a nos ensinar.

Até a próxima!


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O que é? Belas Raízes {documentário}
Quem narrou? Bela Gil
Onde assisto? Prime Vídeo
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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.