
Um dos níveis a que um acadêmico pode chegar em uma universidade é o de doutorado. Um doutorado geralmente é realizado em um período de quatro ano, tempo para que o aspirante a doutor defenda uma tese sobre algo pouco evidente de ser percebido pela maioria das pessoas e que é relevante para a sociedade.
Mas os doutores não são formados somente dentro das instituições de educação superior, eles também vão se formando em diversos setores da sociedade, o que exige que determinadas instituições de educação reconheçam essa forma diferenciada de construção de saber e concedam a esses homens e mulheres o título de doutor honoris causa, devido à significativa contribuição dessas pessoas para a vida em sociedade.
No ano de 2023 ocorreram diversas titulações de doutores honoris causa mundo a fora, mas vamos destacar algumas dessas titulações concedidas por instituições de educação superior brasileiras.
Em maio de 2023, o músico Armando Macedo, conhecido como Armandinho, um grande conhecedor de música brasileira, exímio instrumentista de guitarra baiana e um dos maiores representantes da cultura brasileira centrada no trio elétrico, recebeu o título de doutor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Uma curiosidade é que Armandinho, quando jovem, participou do vestibular da UFBA, para a área de música, mas não conseguiu aprovação. Mas anos depois a mesma instituição de educação reconhece a grandeza do cidadão Armandinho dentro da cultura brasileira: um motivo para muita festa.
Em novembro de 2023, o cantor e compositor Mano Brown recebeu da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) a honraria de doutor. Brown faz parte da nova face da música brasileira do final do século XX e início do século XXI, renovando os modos de inter-relacionar arte e política. O título veio em boa hora.
É em novembro 2023 também que a líder das empregadas domésticas, Creusa Oliveira, é reconhecida pela UFBA como relevante cidadã da história do Brasil do final do século XX e início do século XXI como uma liderança social em favor de uma das classes, ainda, mais desprestigiadas do país, a das trabalhadoras domésticas.
O reconhecimento dos três doutores é coisa para festa, orgulho e satisfação. Quanto de música negra não podemos aprender com Mano Brown? Quanto da história das desigualdades do Brasil não podemos aprender ao acompanhar o itinerário de luta de Creusa Oliveira? E quanto sobre música baiana, que também é brasileira, não podemos aprender com Armandinho?
Que mais doutores que estão fora das instituições de educação superior sejam reconhecidos, e que histórias boas como estas possam nos acompanhar nos meios de comunicação durante o ano de 2024.
E um viva para os doutores do cotidiano!
Até a próxima!
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