Construção de conhecimento na periferia

Construção de conhecimento na periferia
Construção de conhecimento na periferia

O Dicionário de Favelas Marielle Franco, uma  iniciativa da Wiki Favelas, é um espaço que proporciona lugares de fala das periferias, para que este segmento da sociedade possa narrar a própria história.

No Dicionário é possível cidadãos produzirem e compartilharem histórias sobre as favelas e as periferias, resgatando as memórias dessa gente a partir do exercício da própria autoria em um mundo permeado de produtores de conteúdos a disputar espaços de fala na WEB.. 

O Dicionário funciona em plataforma digital de acesso aberto, e os interessados em escrever para o coletivo trabalham sob as diretrizes de criação de conteúdos do Creative Commons SA 3.0

Segundo os organizadores, “O projeto do Dicionário de Favelas tem por objetivo favorecer a preservação da memória e identidades coletivas dos moradores das favelas, como parte do nosso compromisso com a expansão da cidadania e do direito à cidade e criar um espaço virtual que reúna o conhecimento sobre estes territórios de forma interdisciplinar e interinstitucional.”

O projeto funciona em estrutura técnica da Plataforma MediaWiki, o que facilita a criação dos conteúdos de forma colaborativa. No Dicionário há um verbete construído pela própria Mariele Franco: UPP – A redução da favela a três letras.

O Projeto é apoiado pela da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPQ).

Na página inicial do Projeto há um item de menu de busca, o que traz facilidades para o leitor encontrar as informações de que precisa. 

Os pilares editoriais do Dicionário tem como base favorecer o conhecimento sobre as favelas do Rio de Janeiro, na forma de uma enciclopédia, a partir da pluralidade de pontos de vista e da convivência respeitosa entre os diversos entes que interagem na plataforma do Dicionário.

A plataforma tem declarado um conjunto de normas de conduta que versam sobre a necessária pluralidade de conhecimento, a atuação ética na construção do conteúdo por parte dos colaboradores, o respeito aos diferentes pontos de vista, aos direitos autorais, às citações e às referências.

As recomendações para a convivência no ambiente colaborativo são:

  • Não ofender os demais colaboradores e, principalmente, os(as) moradores(as) de favelas e periferias;
  • Checar as fontes de informação;
  • Citar fontes primárias/secundárias;
  • Conceber o conteúdo como um bem de livre circulação, não inserir imagens, vídeos etc. que tenham direitos autorais não autorizados para publicação;
  • Fazer referências anônimas das pessoas entrevistadas caso não haja autorização expressa.

A organização dos conteúdos é feita por Eixos. O primeiro Eixo é Associativismo e Memória, composto pelas categorias Associativismo e Movimentos Sociais, Instituições, Mídia e Comunicação, Favelas e Periferias, Pesquisadores e Pesquisadoras, Lideranças e Pesquisas; Coronavírus, composto pelas categorias temáticas: Análises e propostas, Apoie as favelas, Coletivos em ação, Coronavírus e prisões, Fundos de apoio, Imagens do Covid nas favelas, Materiais e audiovisuais, Notícias, Painéis Covid nas favelas do Rio e Projetos de Lei sobre Covid; Estado e mercado,composto pelas categorias: Economia e Mercado, Educação, Habitação, Meio Ambiente, Mobilidades, Saúde, Segurança e Urbanização; Sociabilidade e cultura, composto pelas categorias: Cultura, Esporte, Gênero e Sexualidade, Juventude, Relações Étnico Raciais, Religião, Sociabilidade e Violência. Os eixos e as categorias facilitam a vida dos leitores, que podem navegar na plataforma de maneira mais ágil.

O Projeto é sustentado por um conselho editorial formado por: Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz), Coletivo de Estudos sobre Violência e Sociabilidade (CEVIS), Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ), Instituto Raízes em Movimento, Centro de Estudos e Ações Culturais e de Cidadania (CEACC) e o Grupo Eco. Outras instituições parceiras formam o Conselho Ampliado, como o Museu da Maré (CEASM) e o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). 

Os processos de trabalho para a existência do Projeto são sustentados pelo trabalho realizado pelo próprio conselho editorial e pelos editores, colaboradores (produtores de conteúdos), leitores e robôs.

A iniciativa do Dicionário de Favelas Marielle Franco é muito bem-vinda, e a melhor maneira de valorizar tais iniciativas é se tornando leitores assíduos da plataforma, interagindo para que a equipe organizadora produza mais e mais conteúdos sobre as periferias e as favelas.

Até a próxima!


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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.