
O doutorado foi um prazeroso processo de formação como pesquisador e é preciso compartilhar com os internautas as leituras que considerei fundamentais para o processo de formação.
Listo abaixo alguns dos textos que contribuíram para a construção da pesquisa e que serviram, e muito, para a minha vida na totalidade.
A importância do ato de ler, em A importância do ato de ler em três artigos que se completam, p. 19-31 - Paulo Freire
Se temos pouca proximidade com a leitura, o processo da pesquisa se torna um martírio. É bom lembrar que leitura não é aquele ato de memorização que às vezes a gente se acostuma a fazer durante a educação básica, é preciso ir além, e Freire discute muito bem o assunto.
O ato de estudar, em A importância do ato de ler em três artigos que se completam, p. 72-76 - Paulo Freire
No mesmo livro, é possível ler um texto curto e grandioso: pequeno no tamanho, mas grandioso na reflexão sobre como o ato de estudar pode nos ajudar a construir nossa identidade como pesquisadores.
Dialogicidade, em À sombra desta mangueira, p. 74-82, Paulo Freire
Freire aqui não só discute a questão da dialogicidade na educação, como também aborda o tema da curiosidade epistemológica, uma forma mais organizada de a gente atuar tanto em educação quanto em atos de pesquisa.
Um objeto geográfico?, em A natureza do espaço, p. 72-79, Milton Santos
Aqui, Milton Santos discute de maneira sistemática e dialética o que seja pesquisar em Geografia. Fique tranquilo, leitor, a discussão é aberta e ajudará aprendizes de pesquisadores de outras áreas também.
Abordagem Multirreferencial (plural) das situações formativas, Jacques Ardoino, em Multirreferencialidade nas ciências da educação, p. 24-41, org. Joaquim Gonçalves Barbosa
Conheci os fundamentos da Multirreferencialidade por volta de 1999 e ainda hoje sou um aprendiz da ação de leitura plural no ambiente da pesquisa. O texto é um tesouro.
Sobre o artesanato intelectual, p. 21-58, Charles Wright Mills. De forma bem simples, aborda o construto da pesquisa por meio de ilustrações do dia a dia: um bom início de caminhada para quem deseja ser pesquisador.
Conceitos, em Segredos e truques da pesquisa, p. 145-187, Howard Becker
Becker tem um estilo muito leve de discutir coisas complexas, e um dos assuntos mais controvertidos na práxis científica é o da construção de conceitos, e o autor trata do assunto de forma lapidar.
A cultura é algo comum, em Recursos da Esperança, p. 3-28, Raymond Williams
Não imagine o leitor que pesquisadores são essa gente que fica em torres de marfim. Pesquisadores precisam estar no lugar onde os objetos, pessoas, sistemas e ações da pesquisa estão. Então, quando adentrar na Academia, descubra o valor de perceber a cultura como algo comum, como algo que deveria ser de direito de todos.
A ideia de uma cultura comum, em Recursos da Esperança, p. 49-58, Raymond Williams
Este texto complementa o anterior. Não deixe de ler se quiser ampliar os conhecimentos sobre a cultura.
Por que me manifesto?, p. 87-96, em Recursos da Esperança, p. 87-96, Raymond Williams
Aqui Williams discute questões relacionadas ao posicionamento político do intelectual. Serve para nós iniciantes na pesquisa.
O escritor: engajamento e alinhamento, em Recursos da Esperança, p. 115-130, Raymond Williams
Este texto conversa com o anterior: para quem você pesquisa? Com quem você pesquisa? Você é engajado?
A prática da possibilidade, em Recursos da Esperança, p. 463-476, Raymond Williams
Se você decidiu ser pesquisador precisa refletir sobre para que tipo de mundo você imagina o presente e o futuro, e é o que faz Williams neste artigo seminal
Enfrentar a incerteza, em A cabeça bem-feita - repensar a reforma - reformar o pensamento, p. 55-64, Edgar Morin
Ora, ora, somos sempre aprendizes, pois o mundo é incerto, inconcluso e inacabado, e Morin sabe muito sobre isto e pode nos ajudar nesse longo processo de formação.
Inter-poli-transdisciplinaridade, em A cabeça bem-feita - repensar a reforma - reformar o pensamento, p. 105-116, Edgar Morin
Depois de ler o texto de Jacques Ardoino sobre a Multirreferencialidade, leia este ensaio de Morin. Os dois textos, de certa forma, traçam um pequeno diálogo.
Introdução, em A dúvida, p. 21-34, Vilém Flusser
Se você leu o texto de Morin sobre enfrentar as incertezas, algumas coisas ficarão menos complicadas com a leitura de Flusser. A dúvida é um pequeno tratado filosófico.
Sobre a natureza da educação, em Pedagogia Histórico-crítica - primeiras aproximações, p. 15-28, Dermeval Saviani
Como a pesquisa teve como um dos eixos a questão da educação, resolvi trazer esta sugestão de texto de Saviani, um dos mais reconhecidos estudiosos das ciências educacionais no Brasil. Nestes tempos de transversalidades é preciso saber de onde se pesquisa e por qual motivo se pesquisa.
São sugestões, caro leitor. Isto como um estímulo inicial para que os desejantes de atos de pesquisa mergulhem em uma discussão profícua com cada um desses autores e construam a própria formação como pesquisadores.
Boas leituras e até a próxima!
Assim uso cotidianamente um smartphone, para a mobilidade e consultas rápidas, e um tablet para criar rascunhos sobre as coisas que percebo no mundo. Quando desejo criar algo mais elaborado, recorro a um notebook que me ajuda bastante na formalização dos diversos tipos de documentos.
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