
Pensar faz bem com Vilém Flusser
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Artigos, resenhas e crônicas do cotidiano

Lançada em abril de 2022, a revista Fórum Semanal, um periódico que traz as principais notícias veiculadas pela revista Fórum durante a semana, continua em pleno vapor. A publicação sai toda sexta-feira, em um formato PDF, com diagramação que facilita a leitura em aparelhos de smartphones e distribuição feita por meio de link enviado por e-mail ao leitor ou por baixa de arquivo pelo WhatsApp.
A revista está no número 13 (01/07/2022) e foi uma ideia bem-vinda, principalmente para pessoas que, como eu, necessitam se informar, mas não gostam de ficar o tempo todo bisbilhotando as notícias nos sites.
A distribuição da Fórum Semanal é gratuita, com a opção de o leitor contribuir para a manutenção da revista, caso queira, por meio de doações voluntárias, com várias possibilidades de pagamento. Os assuntos da Fórum Semanal são bem diversos, passando por política, arte, economia, educação, formando um conjunto bem articulado de temas da atualidade.
Até a próxima!
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Em 31 de maio de 2022, às 17 horas, participei do encontro on-line Tecnologias digitais e EJA (Educação de Jovens e Adultos), um evento organizado pelo grupo de pesquisa EJA em Movimento, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
O objetivo do encontro foi discutir as relações dos profissionais da área de educação de jovens e adultos (EJA) com as tecnologias digitais. Para dar uma ideia do que ocorreu por lá, fiz um pequeno texto comentando o assunto, para você, leitor. Mas o bom é o leitor assistir ao encontro na íntegra, no canal da EJA em Movimento no YouTube.
Vamos lá?
A vivência cotidiana no século XXI passa por mudanças significativas quanto à interação humano-técnica, o que vem interferindo nas relações políticas, educacionais e sociais de toda sociedade. Dados, códigos e conexões são as dimensões prevalentes neste início de milênio quando se pensa em tecnologias; ou seja, o discurso corrente gira em torno de tecnologias relacionadas a big data, internet das coisas e algoritmos computacionais.
A tríade dados-códigos-conexões hoje serve de sustentáculo para um tipo predominante de capitalismo, que tem como premissa a captura de dados, que tanto podem ser os dados demográficos, oriundos de informações fornecidas pelos cidadãos, como nome, CPF, idade etc., bem como podem se originar de dados comportamentais, ou seja, os sistemas capturam tudo o que a gente faz quando estamos interagindo com as tecnologias digitais. Coisas como curtir, colar, copiar, clicar ou deixar de clicar em algum item durante a navegação on-line se tornam insumos para produção de lucros para as novas empresas de gestão informacional.
É preciso frisar que as tecnologias digitais se renovam continuamente e isto pode ser um empecilho para as pessoas aprenderem com mais efetividade. E é necessário ficarmos atentos quanto ao direito que todos têm de aprender. Eis o grande desafio do nosso tempo: não deixar as pessoas de fora das transformações tecnológicas que estão ocorrendo.
Nessa questão de aprendizagem, muitos mitos surgem, como o mito de que tudo é fácil de aprender, bastando que a pessoa esteja motivada, mas as coisas não são bem assim, pois as desigualdades quanto aos acessos às tecnologias digitais são muito grandes.
Entre as décadas de 1950 a 1980, houve um movimento muito interessante, que se baseava na máxima de que se uma pessoa tivesse uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, ela teria possibilidade de ser uma grande cineasta, um engano. Hoje há uma nova máxima, a de que uma pessoa com um smartphone no bolso tem possibilidade de ter o mundo nas mãos: outro engano, pois quem tem o poder no contexto do século XXI são as pessoas que têm acesso aos grandes sistemas de computação. Aos donos de smartphone resta seguir, seguir, seguir…
Neste contexto tão controverso, imagino um mundo em que todos precisam ser considerados como cidadãos e necessitam ter acesso ao estudo, ao trabalho, à diversão. Todos têm o direito de saber realizar transações comerciais ou financeiras, utilizar programas sociais e exercerem a própria identidade neste mundo mediado por essas tecnologias digitais.
Ao olhar para a história da humanidade, é possível lembrar de um grande momento em que vivemos que foi da cultura da escrita (e ainda vivemos). Aprendemos a ler e a escrever, mesmo com as desigualdades educacionais a que ainda estamos expostos. Com a invenção da imprensa, aprendemos a compartilhar em grande escala o que era produzido na cultura escrita; agora, com a internet, vivemos a cultura dos algoritmos. Em vez de a vida ser mediada pelo mundo da escrita, cada vez mais, é mediada pelos códigos digitais, os algoritmos computacionais. É muita mudança!
Um outro ponto que é necessário destacar quanto aos usos das tecnologias digitais, é o mito da Metonímia, em que o aplicativo de um determinado fabricante passa a ser o referencial de uso, e aí restringimos as nossas possibilidades de interagir com as tecnologias digitais. Quer exemplos: há pessoas que não conhecem processadores de textos, elas conhecem é o Word; há outras que só desenham com o Photoshop; há outras que só sabem calcular usando o Excel. Isto é um reducionismo em termos de interações com as tecnologias digitais, pois há numerosos aplicativos no mercado que podem nos ajudar nas atividades cotidianas e talvez não sejam conhecidos por nós.
Vamos ver como isso ocorre?
Já ouviu falar no OBS, um aplicativo para videoconferência? Que dizer do Ubuntu, um sistema operacional? E o Libreoffice, uma ótima solução para atividades de escritório? Ou Joomla! e o WordPress, que podem nos auxiliar na construção de excelentes páginas na WEB? A lista é longa: há o Inkscape, um aplicativo de desenho; o Internxt, uma solução de armazenamento de dados; o Zotero, um portal para organização de informações acadêmicas; o Conferência WEB, uma plataforma de videoconferência; o Moodle, uma plataforma de organização de ações educacionais; o Gimp, uma solução tecnológica para edição de fotos, e por aí vai…
Trouxe aqui algumas das soluções tecnológicas que uso com certa frequência, mas se o leitor pesquisar, descobrirá numerosas possibilidades de usos em tecnologias digitais e não ficará preso a um grupo restrito de soluções tecnológicas gerenciadas por um grupo também restrito de fabricantes de tecnologias digitais.
Se apresentei aqui algumas sugestões de usos de tecnologias digitais foi porque fui aprendendo com outras pessoas que vieram antes de mim e buscaram ampliar as possibilidades de interações com as novas tecnologias. Aprendi participando de comunidades digitais de pesquisa, extensão e educação; em grupos de cocriação de recursos educacionais abertos. Enfim, trocando ideias e despertando para outras possibilidades tecnologias existentes e pouco conhecidas.
Tudo isto vai influenciar no dia a dia do educador da área de EJA, pois estamos vivendo em um mundo de relações sociotécnicas complexas, que exige desses profissionais novas aprendizagens e iniciativas que deem conta de responder às novas questões sociais da vida cotidiana no século XXI.
E você, como está lidando com as tecnologias digitais?
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Sempre que possível instalo o Linux nos computadores que utilizo. Isto já faz algum tempo. Anos atrás usei o Linux em um computador da Apple. Lembro que um colega de trabalho ligado à área de computação comentou, de forma tímida, que seria um exagero instalar um software livre em um equipamento tão caro. Fiquei pensando o porquê de as pessoas acharem um luxo instalar o Linux em computadores potentes e velozes…
Mas o hábito de usar o Linux não me abandona e toda vez que preciso trocar o computador, preparo logo um dual-boot para que dois sistemas operacionais funcionem na mesma máquina.
Agora avancei na configuração da máquina, aproveitei a memória RAM do micro anterior para o equipamento ficar mais rápido e adquiri um disco SSD para instalação exclusiva do Linux. Desta forma mantive o SSD original do computador intacto, sem fazer partilhamento. Resultado: trabalho com dois sistemas operacionais (Windows e Ubuntu) no mesmo computador, de forma rápida e consistente.
O Ubuntu está cada vez mais fácil de configurar e vem com um design bem agradável e não fica atrás das qualidades do Windows 11. A diferença é que no Ubuntu, consigo trabalhar com um software bem mais transparente, sem que isto prejudique o nível de segurança do sistema.
Trabalhar com dois sistemas operacionais é um desafio: estou sempre aprendendo e não caio no mito da metonímia, de trocar o todo pela parte, e achar que o Windows é o único sistema operacional que existe.
O leitor poderá refutar sobre o uso de outro sistema operacional, além do Windows, dizendo ser difícil lidar com os “outros sistemas”. Percebo que a gente vive de hábitos, e hábitos podem ser um obstáculo para a efetiva mudança. Quanto à aprendizagem de outros softwares não popularizados pelo mercado, há uma infinidade de textos, áudios e vídeos com explicações didáticas sobre procedimentos técnicos para a gente mudar de vida tecnológica e descobrir outras formas de se divertir e trabalhar. Na próxima postagem discutiremos outras possibilidades de tecnologias digitais em nossos computadores.
Até lá!
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