Dois anos de E-Praxe – um relato de uma experiência

Dois anos de E-Praxe
Dois anos de E-Praxe – Direitos da Praxe Educação e Comunicação

O EPraxe completa dois anos de publicação de narrativas relacionadas a trabalho, educação, artes e tecnologia, com foco na vida cotidiana neste mês de junho de 2020.

O blog tem como premissa produzir conteúdos sobre as coisas pelas quais passamos no dia a dia, de forma leve e suave. Aqui não tentamos nos aprofundar nos assuntos, mas fazer um panorama dos conteúdos ligados à educação, ao trabalho, ao cinema, à fotografia, à literatura e à filosofia.
Escrever é um ato de perceber-se no mundo. Também pode ser uma ação para criar pontes por meio das palavras escritas, imagéticas, sonoras e audiovisuais.
Mas esta história não iniciou em 2018: vem bem de mais tempo, quando em setembro de 2006, foi criado o blog Senso Comum que trazia narrativas ligadas ao mundo da educação e das artes em geral, mas não se reportava ao trabalho de forma explícita.
Em 2018 resolvemos criar um blog com a insígnia “.com.br” e nasceu o E-Praxe, que é um projeto que recupera as premissas contidas no Senso Comum, mas com vínculo forte com a questão do trabalho. Imaginamos aqui o trabalhador como ser pensante, que pode intervir no mundo e usufruir das coisas boas que esta vida possa proporcionar.
Assim, no primeiro ano, o E-Praxe se direcionou para tratar de assuntos relacionados ao eixo Educação-Trabalho-Tecnologia. Em 2019, foi, aos poucos, discutindo questões outras imprescindíveis para o bem-estar do trabalhador, quais sejam: arte, lazer e cultura.
Para onde vamos?
No início de 2020, pensamos em reduzir a frequência de postagens de quatro para duas por mês. Mas aí apareceu a pandemia do Covid-19 e fomos motivados a voltar à escrita semanal. Ainda passamos a postar cartões de mobilização sobre a pandemia em mídias digitais como Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn. Nestas mídias, publicamos cartões diariamente, como forma de contribuir para o bem-estar das pessoas neste momento tão controverso.
A partir do mês de maio/2020, iniciamos, de forma bastante tímida, a postar vídeos em nosso canal do Youtube. No canal o internauta poderá encontrar pequenos vídeos sobre conteúdos próximos à proposta do E-Praxe. Lá há três seções que merecem destaque como: a seção Era do Rádio, que traz áudios com crônicas de temas cotidianos; a seção Cinema Mudo, com publicações de vídeo sem áudio, lembrando do tempo em que a criatividade do cinema não dependia da presença de áudio; a seção Videoclipe, que se caracteriza pela oferta de vídeos com recursos audiovisuais.
Todas estas iniciativas buscam criar as referidas pontes com vocês internautas.
Caso deseje conhecer mais sobre Cleonilton Souza, organizador do Blog, visite as páginas de currículo abaixo:

No enxame – a convivência no mundo digital

No enxame. Feito por E-Praxe

 

No enxame é um livro com uma mensagem curta e precisa, mas se você o ler de uma só vez, aconselho a fazer uma segunda leitura. 

Se conseguir amigos para discutir as perspetivas do digital trazidas por Han, então, será ainda melhor! Revisitando autores como Foucault e Flusser, Han aborda as questões psicossociais do digital, passando por dimensões como o hipercontrole da informação pelo qual vivemos hoje, indo até questões como as imagens dos aparatos técnicos organizam e determinam o nosso modo de viver.
Desta forma, o pensador vai destilando temas como a autoexposição na WEB, a dinâmica das relações sociais monitoradas, em que o respeito mútuo vem perdendo cada vez mais força, chegando a problemas como cansaço da informação e crise da representação.
No enxame põe o dedo arguto sobre este estado de convivência social que vivemos, em que a dimensão cidadã vai aos passos largos cedendo lugar à dimensão consumidora. Esta, por sinal, regida pelos sistemas algoritmizados de ordenação da vida em rede.
No enxame é uma leitura imprescindível nesta era do big data, da inteligência artificial e da internet das coisas, em que homens e mulheres convivem mediados por tantos aparatos técnicos.

O quê? No enxame – perspectivas do digital

Quem editou? Vozes
Quem é o autor? Byung-Chul Han
 
Até a próxima!

 ____________

 

Leia+

{Cultura}  {Tecnologia} {Trabalho}

{Educação} {Comunicação}  {Cinema}

#EducarNaPraxe 

A jornada do humano

A jornada do humano - feito por E-Praxe
A jornada do humano – feito por E-Praxe

 

Prepare a pipoca e deixe espírito viajar no belíssimo documentário Humano – uma viagem pela vida.
 
Trata-se de uma preciosidade de narrativa, que se converte em um tratado sobre as questões da natureza, da cultura e da humanidade.
 
Por meio de depoimentos de pessoas simples, gente comum, que exercem o próprio lugar de fala, o documentário nos convida a discutir questões sobre o amor a morte, o ódio, a discriminação, a desigualdade, a fome, a esperança, a felicidade, o sexo, entre outras coisas.
 
A fotografia do documentário é belíssima, pois traz, em conjunto com a trilha sonora ímpar, imagens da natureza e dos homens sustentadas por momentos sem igual de fluidez estética.
 
Nesses tempos de pandemia, em que a pulsão de morte nos espreita e faz florescer nossos medos mais profundos, repensar a vida e desfrutar de momentos de contemplação e de entendimento de nossa natureza cultural, política, antropológica e social é mais do que necessário. 
 
O documentário está disponível na plataforma da Prime Vídeos. São pouco mais de duas horas de entretenimento e muita aprendizagem.
 
Tire um tempo para você mesmo, assista ao documentário e volte ao cotidiano para lidar melhor com a pandemia.
 

***

Pós-Escrita

Eu sou pobre
Agora vou definir pobreza
O que é pobreza para mim?
É quando eu preciso ir à escola, mas não posso ir
Quando preciso comer, mas não posso
Quando preciso dormir, mas não posso
Quando minha mulher e meus filhos sofrem.
Não tem o nível intelectual necessário para sair dessa situação.
Nem eu nem minha família
Eu me sinto realmente pobre
No corpo e na mente
E vocês ricos que estão me ouvindo,
O que têm a dizer sobre sua riqueza?
Fala de um dos entrevistados

Sem palavras


***
O quê? Humano – uma viagem pela vida
Quando? 2015
Quanto tempo? 144 min
Quem dirigiu? Yann Arthus-Bertrand
De onde é? França
***

Até a próxima!

Leia+

{Cultura}  {Tecnologia} {Trabalho}

{Educação} {Comunicação}  {Cinema}

#EducarNaPraxe 

Congresso Virtual UFBA 2020

Logotipo do Congresso Virtual UFBA 2020
 

 

No período de 18 a 29 de maio de 2020, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizou o Congresso Virtual UFBA 2020, que teve como premissa ser “um espaço de interlocução entre os mais diversos saberes produzidos na universidade”, segundo o realizadores.

Neste período de pandemia, a ideia foi muito bem-vinda, pois a UFBA conseguiu criar, renovar e inovar, trazendo para debate pensadores de diversas regiões do Brasil, para discutir questões de interesse da nação brasileira.

O congresso foi realizado de forma remota e teve como atividades a realização de mesas e outras formas de discussão, videopôsteres de estudantes e intervenções artísticas.

O Congresso Virtual deixará um legado de 460 gravações de mesas de discussões sobre temas da atualidade e 640 videopôsteres frutos da experiência acadêmica dos estudantes. Todo material do evento está arquivado na TV UFBA, localizada no Youtube.

Fizemos um levantamento de palavras-chave relacionadas à educação  e à pandemia e obtivemos os resultados abaixo.

 

Quadro de conteúdos Congresso Virtual UFBA 2020
Alguns conteúdos do Congresso UFBA 2020
O acervo ficou bem diversificado, pois teve participação de profissionais e estudantes de todo o Brasil.
 

Participamos do evento com dois videopôsteres e duas intervenções artísticas, conforme abaixo:

Videopôsteres

. Aplicabilidade do círculo de cultura em contextos de pós-verdade

. O diálogo em Paulo Freire nas cenas de cinema

 

Intervenções Artísticas

. A intolerância em mim (podcast de uma crônica)

. Poemas em cinco atos

Até a próxima!

 

Leia+

{Cultura}  {Tecnologia} {Trabalho}

{Educação} {Comunicação}  {Cinema}

#EducarNaPraxe 

O ciclo copiar e colar

Imagem Ciclo copiar e colar - feita por E-Praxe
Fiquei pasmado ao participar de um grupo de WhatsApp e notar que os profissionais estavam compartilhando cópias piratas dos livros de um autor, mesmo sabendo que havia representantes dos direitos autorais do escritor fazendo parte das conversações.
Outro dia me deparei com uma indicação excelente de leitura feita por um professor e fui atrás da obra. Era um autor estrangeiro. Quando encontrei o artigo percebi que só era possível lê-lo se eu pagasse uma taxa à plataforma de guarda do arquivo.
A gente já se acostumou a entrar em repositórios de artigos e baixar indistintamente pesquisas que são do nosso interesse e não pensa em recompensar o autor pelo dispêndio realizado na pesquisa. Às vezes a gente até deixa de citá-los nas nossas produções acadêmicas, mesmo tendo aprendido muito com a obra lida.
Gosto muito de utilizar software livre, mas observei que nunca fiz uma doação ao criador do aplicativo. Como essas pessoas então fazem para sobreviver se vou lá, consumo informação e não dou retorno?
Defender software livre e não ajudar a causa torna-se desse jeito somente uma teorização, que é muito distante da realidade.
Na academia sempre evitei usar cópias de livros inteiros, mas sempre havia em casa um ou dois pacotes de cópias impressas que foram distribuídas durante a vida acadêmica.
Quando terminei a licenciatura, peguei todos aqueles fragmentos de livros e joguei fora. Busquei comprar os livros que eram significativos para a minha vida profissional e me senti um tanto que aliviado de tanto consumir sem pagar.
Veja como é difícil lidar com essa cultura do copia e cola. Ela se entende por toda a nossa vida cotidiana, dando aparência de normalidade aos atos de copiar e colar. Afinal de contas deve ser um horror comprar livros, que dirá, artigos ou mesmo fazer assinaturas de revistas eletrônicas para ser informado.
Para pensar:
Isso desencadeia uma outra discussão, sobre professores que gostam de escrever coisas onde os alunos possam vê-la, e alunos que gostam de ter coisas escritas para copiá-las facilmente em seus cadernos, e que noção do processo educacional isso implica. 
Howard Becker, em Segredos e truques da pesquisa, p. 270 

Até a próxima!

#EducarNaPraxe

Leia+

{Cultura}  {Tecnologia} {Trabalho}

{Educação} {Comunicação}  {Cinema}

#EducarNaPraxe 

Aprender a perseverar com Freud

A jornada de Freud
A jornada de Freud. Direitos da Praxe Educação e Comunicação
 
O que me chamou a atenção na série Freud não foi a sequência sobre o Complexo de Édipo, em que o psicanalista entra em processo de amadurecimento pessoal e profissional e busca emancipar-se diante da vida.
Não foi também a bem articulada sequência de temas sobre os pontos centrais da concepção de psicanálise trabalhada por Freud.
As cenas picantes da série são impressionantes também não se revelaram primordiais para assistir à peça imagética.
Apesar das fortes cenas que giravam entre o sobrenatural e a dissimulação, isto não me causou tanto impacto.
Não sentir impacto também com a jornada de libertação do protagonista das grades psíquicas da trindade paterna representada pelo pai biológico, pelo pai-mentor intelectual e pelo pai-opositor do cientista.
O que mais me impressionou foi justamente a determinação do pensador para estabelecer novo paradigma nas ciências, inaugurando uma forma diferenciada de estudar a psique humana, não mais presa somente às dimensões fisiológicas que até então vigorava.
Na série, Freud inicia uma jornada de aprendizagem e de busca de identidade diante do estabelecido, dos paradigmas existentes, instituindo um novo olhar sobre a psique humana ao discutir temas como histeria, trauma, sonambulismo, totem e tabu, desejos, regressão, catarse e supressão.
As ideias do pensador não eram benquistas na época, o que lhe causou muita dúvida quanto à continuidade da produção intelectual que teria de construir, mas que, ao mesmo tempo, o motivou a produzir um conjunto singular de conhecimentos a respeito da alma humana.
No mínimo a série servirá de inspiração para que haja novas leituras sobre o pensamento de um dos grandes cientistas das humanidades no século XX. 

Vai assistir? Você decide.
 
O quê? Freud
Que é isto? série de TV
Quem dirigiu? Marvin Kren
Qual a origem? Áustria
Onde assistir? Netflix

 

 

 

Até a próxima!

 

#EducarNaPraxe