A educação no mundo das bolhas

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A gente vive dentro de bolhas o tempo todo. As bolhas estão em nosso ciclo de colegas de trabalho, na comunidade religiosa da qual fazemos parte ou na torcida do time que tanto amamos.

A gente está em bolhas também quando escolhe grupos com ideias parecidas as nossas e não desejamos ouvir opiniões de pessoas das quais discordamos.

A gente participa de bolhas quando opta por um determinado canal de TV ou ler determinados autores da área de interesse de que gostamos.

A gente também é envolvido em bolhas quando as empresas captam nossos dados e ofertam caminhos para que sigamos dentro do mundo hipermidiático.

A gente mergulha em bolhas quando segue as pessoas que admira nas redes e evita pessoas que se opõem a nós em algum aspecto.

Isto tudo é normal, mas pode se transformar em problema quando essas bolhas das quais participamos tornam nossa vida um redemoinho e nos impede de ver o que está além da percepção de nossos grupos.

É quando nos filiamos ao pensamento único…

O mundo é diverso. Isto é real. As pessoas nem sempre comungarão das mesmas ideias que as nossas.

Essa convivência limitada às bolhas precisa ser discutida nos ambientes de aprendizagem, nos templos religiosos, nos espaços comunitários e corporativos. Afinal de contas, precisamos viver em filtros, mas também precisamos aprender a sair deles, para que possamos conhecer o mundo na totalidade.

É necessário que fiquemos atentos para não perdermos nossa capacidade de discernimento quanto ao real e à verdade.

Em um mundo imerso em bolhas, precisamos cultivar o pensar por nós próprios; de desenvolver a nossa capacidade de autoria e autonomia e não nos deixarmos levar por atos reativos e automatizados, que limitam a reflexão e o pensamento crítico.

Quando não desenvolvemos a autoria e a autonomia, somos mais facilmente levados pelas ondas dos antagonismos, das polêmicas e das contradições e assim nos afastamos cada vez mais do diálogo.

Diálogo como projeto de vida, que faz de nós seres de identidade e de opinião, mas que consegue fazer pontes entre os que nós pensamos e fazemos e o que os outros experimentam de forma diferente da nossa.

Eu penso e sinto; o outro pensa e sente também, diferente de mim, é claro.
O diferente precisa existir para que o eu floresça e cresça, pois se todos pensarem da mesma forma, o mundo perderá a graça.

O educar-se para o mundo das bolhas, com esses filtros cada vez mais sofisticados, é justamente desenvolver a capacidade de reconhecer-se diante do mundo e, ao mesmo tempo, reconhecer o outro na inteireza.


Vale mais uma reflexão
 
Para conviver precisamos que os objetivos entre o eu e os outros sejam para a formação e o engrandecimento da humanidade. Nesta perspectiva os antagonismos, as divergências e as contradições poderão servir de insumo para o crescimento de todos, mas não poderão ser usados para nos limitar nos encontros que estabelecemos com os demais.
 
Para finalizar
 
Nos cadernos de orações da igreja Católica havia um verso que era muito cantado nos ensaios dos corais que muito me lembra a questão deste estado de bolhas: era um alerta;
Os versos eram mais ou menos assim:

Palavra não foi feita para dividir ninguém 
Palavra é a ponte onde o amor vai e vem
Palavra não foi feita para dominar
Destino da palavra é dialogar
 
 
Até a próxima!




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Cinema na Praxe – agosto/2019

Imagem cinema na Praxe - agosto/2019
Uma Metalinguagem do Cinema
 
Para esta semana vamos sugerir dois excelentes filmes que tratam de assuntos distintos, mas de grande interesse para os que trabalham com educação.
 
O primeiro deles é Dor e Glória, filme com direção de Pedro Almodóvar, que conta a história de um diretor de cinema, que volta as origens para refletir sobre o próprio itinerário profissional e pessoal.
 
A película tem conta com as atuações de Antônio Bandeiras e Penélope Cruz. Bandeiras consegue construir uma composição representativa densa e melancólica, fazendo o personagem recuperar memórias de uma vida que nem sempre o cineasta gostaria de ter vivido.
 
De forma transversal, o filme recupera a força que tem o cinema na vida moderna, tornando-se uma ode à sétima arte. Muito gostoso de ver.
 
Um ponto marcante é a cena das mulheres cantando na beira do rio. Lembra muito os grandes momentos de Carlos Saura, outro diretor espanhol, quando compunha peças fílmicas carregadas de emoção, música e dança.
 
É assistir para florescer e se encantar com a magia do cinema.
 
 
Uma Metalinguagem da Educação
 
O professor substituto é um filme de origem francesa, que narra a história de um professor que vai substituir um outro numa situação em que o antigo professor se suicidou na frente dos alunos.
 
A partir do contato do professor com os alunos, nosso personagem descobre que a turma guarda segredos inusitados. E estes segredos influenciam as relações interpessoais do grupo.
 
O filme tem um pouco de drama misturado com suspense, o que deixa o espectador ligado o tempo todo à narrativa.
 
A história é um pouco sombria, pois trata desse lado das coisas ocultas existentes nas relações entre educadores e educandos.
 
O interessante da narrativa é a construção de imagem de um educador que foge às expectativas que o senso comum espera de um profissional. Este é o ponto gostoso do filme.
 
Com estas duas sugestões, o E-Praxe inicia o mês de agosto. Este mês promete! Já estamos no interior do segundo semestre efetivamente. Que mais películas como as duas aqui apresentadas aparecem nesta segunda parte do ano.
 
 
Dados dos Filmes
1.   Dor e Glória (Dor Y Gloria), direção de Pedro Almodóvar, com Antônio Bandeira, Penélope Cruz, Asier Etxeandia e Leonardo Sbaraglia, 113 min., 2019, distribuidora Universal, classificação 16 anos, origem espanhola.
2.   O Professor Substituto (L’HEURE DE LA SORTIE), direção de  Sébastien Marnie, com Laurent Lafitte, Emmanuelle Bercot, Pascal Greggory, 103 min, 2019, distribuidora Supo Mungam Films, classificação 16 anos, origem francesa.

 

Até a próxima!

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A relação amigável entre educação e comunicação

Adaptação da capa da revista Comunicação e Educação
Adaptação da Capa da revista Comunicação e Educação
O século XX foi atravessado pelo surgimento de variados meios de comunicação de massa, como o rádio, a televisão e o cinema, que mexeram com o mundo do compartilhamento das informações.
A característica comum desses meios era eles serem de caráter unidirecional, ou seja, a via de transmissão era de um emissor para um receptor. E isto sem volta.
Assim os meios de comunicação de massa foram mais utilizados nos ambientes educacionais para servir a uma pedagogia da expressão, concebida sob a conjuntura de um agente que fala, escreve e gesticula, enquanto um outro, paciente, observa.
A popularização da Internet no final do século XX e início do século XXI trouxe o alento de uma possível comunicação bidirecional: seres que interatuam revezando o tempo em falas, escritas, audições e leituras e gesticulações.
Agora os homens podem sonhar em educar-se mediados por novas tecnologias da informação e comunicação.
Olha, gente, isto é uma possibilidade. Um sonho, uma vez que a Internet pode ser utilizada de maneira unidirecional, suprimindo nos homens o direito do situar-se no mundo, ao mesmo tempo que pode ser estruturada para a participação e autoria abertas a todos.
A possibilidade de transformação desse novo meio de comunicação de massa chamado internet em um ambiente de exercício da comunicação dialógica é um desafio para os educadores deste início de era.
Mas não fiquemos tão desesperados assim diante desse desafio de educar e educar-se no mundo WEB, professor.
Publicações como a revista Comunicação e Educação nos dão sinal de esperança de aprender a articular a educação e a comunicação para promover aprendizagens mais horizontais e participativas.
A revista existe de 1994, trazendo informações relevantes aos cidadãos que desejam saber mais sobre a Educomunicação.
O periódico é semestral. No site da USP, o internauta encontra um acervo com vários números da revista, com temas da Educomunicação sendo discutidos por profissionais das diversas áreas das ciências humanas.
A Comunicação e Educação é estruturada com um conjunto de artigos nacionais, na primeira parte, seguido, geralmente, por um artigo internacional e uma entrevista.
Ainda há uma área com uma resenha de alguma obra do campo da educação/comunicação e outra com um trabalho de arte literária.
No final há textos que discutem possíveis atividades de sala de aula com base nos assuntos discutidos na revista. Genial!
Na edição do segundo semestre de 2018, leitor encontrará assuntos relacionados à interlocução entre comunicação e educação nos âmbitos da arte, do design thinking e da pedagogia em dispositivos móveis.
A revista, apesar de se ser do acadêmico, tem como cuidado trabalhar os textos em linguagem acessível, tanto aos meios universitários, quanto aos ambientes de fora da universidade.
Educadores corporativos, educadores populares, assistentes sociais e todo e qualquer profissional que deseje aprender sobre educação com e para os meios de comunicação de massa, vão ter muito proveito na empreitada.

Que você está esperando?

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Até a próxima!

 

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O cinema na sala de aula

Imagem cinema e educação

 

O E-Praxe tem se empenhado em escrever sobre o uso pedagógico do audiovisual. Neste post comentamos sobre um livro essencial para quem pensa em trabalhar filmes em educação.
 
O livro Como usar o cinema em sala de aula, de Marcos Napolitano, é um bom guia de referência para o educador que deseja fazer análise fílmica em atividades de ensino-aprendizagem.
Napolitano navega em temas como elementos da linguagem cinematográfica e história do cinema. Além disto ele oferta o leitor com um conjunto de referenciais para planejamento de atividades e procedimentos básicos para o estudo produtivo do cinema em educação.
No livro, ele tem a preocupação de fazer análises fílmicas por disciplinas e também por meio de temas transversais. Bem didático.
Na obra o leitor também encontra um conjunto de anexos, com informações básicas de alguns filmes, um glossário de termos técnicos, um breviário de informações para apoiar o educador em atividades didáticas e ainda apresenta fichas e roteiros de avaliação fílmica.
O referencial bibliográfico é bem elaborado, pequeno e objetivo, mas que serve como orientador para quem deseja se aprofundar no assunto.
Quem gosta muito de cinema, poderá reclamar que faltou um ou outro comentário sobre algum filme específico nas análises, mas devemos reconhecer que a escolha foi oportuna e bem representativa.
 
Vamos abrir aspas para Napolitano?
 
O problema é que os filmes se realizam em nosso coração e em nossa mente menos como histórias abstratas e mais como verdadeiros mundos imaginários, construídos a partir de linguagens e técnicas que não são meros acessórios comunicativos, e sim a verdadeira estrutura comunicativa e estética de um filme, determinando, muitas vezes, o sentido da história filmada. 
 
 
O que é? Como usar o cinema em sala de aula
Quem escreveu? Marcos Napolitano

Quem produziu? Editora Contexto

Até a próxima!

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Edite vídeos para uso educacional

 
 
Cresce o número de publicações em vídeo na internet. Plataformas como YouTube e Vimeo estão abarrotadas de tutoriais para áreas diversas do conhecimento.
 
E aí, educador? Vai ficar aí assistindo a tudo isso?
 
O educador não é nenhum Youtuber, mas precisa aprender os rudimentos de criação e edição de vídeos para ajudar os alunos a aprenderem mais.
 
Lembramos que o vídeo sozinho não dará conta das necessidades de aprendizagem dos educandos, mas, não podemos negar, são recursos tecnológicos que podem ser bem produtivos nas atividades de ensino-aprendizagem.
 
Os educadores também, quando têm condições, podem contratar um profissional da área (videomaker) para dar o suporte necessário para a construção de recursos educacionais em vídeos.
 
Porém é sempre bom aprender a utilizar ferramentas audiovisuais para produzir material didático de qualidade. Pensando nisto, apresentamos para vocês três aplicativos de primeira para ajudar no trabalho de construção didática.
 
Vamos lá?
 
A primeira ferramenta é o aplicativo Format Factory para Windows. O aplicativo é bastante versátil. Com ele você poderá converter vídeos, imagens e áudios, de forma rápida e segura. O bom é que os arquivos criados mantêm um bom nível de qualidade.
 
Além disto é possível fazer conversões de documentos para o formato PDF e fazer fusão de vídeos. Que beleza!
 
Outra característica do produto é a possibilidade de os arquivos convertidos ficarem no formato mais compacto, o que facilita o transporte de mídias. 
 
Nas produções audiovisuais aqui no E-Praxe, a gente cria os vídeos no Camtasia para MAC OS ou no Movavi Screen Capture Studio para Windows e depois faz a edição final no Format Factory.
 
Por falar em Movavi, aqui está outra ferramenta feita para uso em educação. Com ele é possível gravar a tela (com o som) do computador e criar aulas bastante criativas. Também é possível gravar áudios do microfone e capturar vídeos da webcam. A criatividade do educador é o limite para a construção do material didático.
 
O Camtasia funciona no Windows e no MAC OS. O E-Praxe optou pela versão no MAC OS porque a infraestrutura de hardware da Apple é muito robusta, e a gente consegue fazer videoaulas com muita qualidade. 
 
Movavi e Camtasia são utilizados aqui na Praxe indistintamente; depende do tipo de trabalho que será realizado. Os dois são ótimos. Fique de olho para quando houver promoções para você adquirir o seu.
 
Alguns avisos:

 

  • Olha, o melhor aplicativo do mundo não fará de nós nenhum criativo na produção de vídeos. Precisamos estudar as ferramentas com afinco, pois quanto mais conhecemos o instrumento de trabalho, mais possibilidades abrimos para que a nossa criatividade floresça.
  • O vídeo é um dos recursos de aprendizagem que podemos utilizar. Não vamos reduzir nossas atividades didáticas ao compartilhamento indistinto de videoaulas. O que há em excesso cansa.

 

Nos sites das empresas proprietárias dos aplicativos há muita informação sobre o funcionamento das ferramentas. O negócio é praticar bastante, experimentar e perguntar a opinião da turma sobre a qualidade dos vídeos produzidos.