Usos da análise fílmica em educação

Adaptação da capa do livro Ensaio sobre análise fílmica
Gente, há poucos dias, o E-Praxe fez comentários sobre o livro Jornalismo Cultural, de Daniel Piza. No cotidiano o educador precisa fazer análise cultural, ou seja, estudar com os educandos os diversos fenômenos culturais com foco em aprendizagem significativa.
A postagem de hoje continua esse processo de discussão da análise cultural em educação e faz comentários sobre o livro Análise Fílmica.

Espero que gostem!

Francis Vanoye é conhecido do público da área de linguagens pela publicação do livro Usos da Linguagem – Problemas e Técnicas na Produção Oral e Escrita. Em Ensaio sobre análise fílmica, ele faz parceria com Anne Goliot-Lété e traz diversas apreciações sobre a crítica cinematográfica.
Primeiro os autores abordam a concepção de análise fílmica, trazendo as especificidades desta prática cultural. Em um segundo momento, a dupla apresenta as distinções entre um espectador normal e um analista de filmes. Este é o ponto crucial para entendimento da obra, pois, conforme a opinião dos autores: “não é necessário gostar de um filme para analisa-lo bem”, p. 140.
A partir dessas reflexões iniciais, a obra traz um panorama do cinema quanto aos aspectos das narrativas. O capítulo é finalizado com uma discussão produtiva sobre o ato de interpretar obras culturais. Neste ponto eles trabalham utilizando a base teórica de Umberto Eco sobre “Os limites da interpretação”.
E eles continuam a compartilhar coisas boas sobre análise fílmica por meio de dois exemplares fílmicos: Paisagem na Neblina, de Theo Angelopoulos, e Rebecca, de Alfred Hitchcock.
Não bastasse as análises acima, ainda o leitor tem informações sobre spots publicitários e curta metragens de ficção.
Para o educador que deseja se aprofundar na temática de análise de obras cinematográficas, Ensaios é um filme que merece ser lido. Na obra podemos aprender mais a estudar o cinema de forma a aproximá-lo da educação.
Ganha o educador, ganham os educandos, ganha a sociedade que recebe um cidadão oriundo da escola com melhor formação sociocultural.
Ah! Não deixe de ler também Jornalismo Cultural, está bem?
 
O que é? Ensaios sobre análise fílmica
Quem escreveu? Francis Vanoye e Anne Goliot-Lété
Quem editou? Editora Papirus

Até a próxima!


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Primeiro Ano E-Praxe

Imagem um ano do E-Praxe
É tempo de festa no E-Praxe!
Completamos um ano de publicações na WEB e para comemorar, apresentamos as dez publicações mais lidas durante o primeiro ano de nossa página.
Muito obrigado, leitores!
As dez mais lidas
As publicações mais lidas servirão de base para a criação de novos textos, tratando desses assuntos com mais profundidade.
Até a próxima!

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Abram aspas para Dermeval Saviani

Imagem Abram aspas para Demerval Saviani

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Aprendizagem ativa necessita de ensino ativo

Imagem Aprendizagem Ativa

 

E aí aparecem obras de didática em língua estrangeira exaltando as qualidades da aprendizagem ativa, e os educadores como todo bom consumidor começam a discutir as novas terminologias como se novidade fosse.
 
Educadores como Paulo Freire, Dermeval Saviani, Álvaro Vieira Pinto e Anísio Teixeira já defendiam o papel ativo do aluno no processo de aprendizagem. Então essa discussão é velha…
 
Mas como essas discussões voltaram com muita frequência é bom ressaltar alguns especificidades das competências que todo educador precisa desenvolver para a realização de práticas de ensino-aprendizagem que aproximem os educandos da tal da aprendizagem ativa
 
Lembremos que o termo aprendizagem ativa é redundante, pois a palavra aprendizagem em si já incorpora a ideia de um modo de existir ativo. Mas deixa pra lá.
Às vezes ficamos tão envolvidos com a força das palavras que esquecemos de observar o que está por traz em termos de significação. Por traz de uma aprendizagem ativa, há um ensino vigoroso e ativo.
Por isto o E-Praxe esta semana resolveu trazer algumas competências que o educador precisa desenvolver para a promoção da aprendizagem ativa.
 
Primeiro o educador precisa assumir-se como um curador de conhecimentos. Curador não é enciclopedista, mas sim um trabalhador-aprendiz que tem como função compartilhar o que aprendeu por meio da construção do conhecimento.
 
O educador também precisa ser um mediador da aprendizagem, ou seja, um ser ativo, que atua no contexto para produzir sentidos e significados sobre os conhecimentos sistematizados criados pela humanidade.
 
O educador é um fomentador de valores que incentivam a formação de valores que impulsionem a cooperação, a solidariedade. Enfim, que motivem as pessoas as cuidar das coisas da humanidade.
 
O educador é o arauto da criação e da criatividade, pois pode ser a escola o lugar onde as pessoas pensem novas formas de viver o mundo e quiçá o transformar.
 
Ao ser o arauto da criação e da criatividade, o educador tem a responsabilidade de mediar situações de ensino-aprendizagem que levem à inovação. A  escola é o lugar do novo. A escola atravessa os tempos passados, presentes e futuros, por isto educar é um ato para trazer o novo que há na humanidade.
 
O educador é o profissional que ajudar o educando a construir competências para a autoria e a autonomia. Aqui está o cerne da educação para a aprendizagem ativa. As pessoas precisam pensar por si e desenvolver senso crítico para mudar o mundo para melhor.
 
Ufa, vamos para por aqui!
 
Todas as ideias trazidas até aqui, de uma maneira ou de outra está contida nas abordagens filosófico-educacional dos pensadores aludidos no início deste texto. O que precisamos é estudar as novidades no âmbito educacional com mais cuidado, para que não tragamos o velho fantasiado de novo.
 
Quando aparecem projetos de educação baseados em Gamification, Design Thinking, Aprendizagem baseada em projetos, Aprendizagem Invertida, Ensino Híbrido, Aprendizagem baseada em problemas, devemos nos aproximar deles sim, mas não como mitos salvadores da educação. 
 
Aos estudá-los a fundo, perceberemos que muitas das propostas trazidas nessas ideias já existiam há muito. O que pode ter acontecido é de os educadores não terem percebido valor nessas propostas no dia a dia educacional ou mesmo as estarem usando com outras denominações.
 
Cabe a você, educador, mergulhar nessas novidades, mas saber sair delas por meio do senso crítico, da observação acurada e da aplicação fundamentada em aprendizagem. Pergunte-se: isto vai servir para desenvolvimento dos alunos? Eu já não faço isto no meu dia a dia?
 
 

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Precisamos conversar sobre cinema e educação

Imagem Precisamos conversar sobre cinema e educação
Coisa gostosa é cinema. Sala escura, pipoca saborosa, aquele refrigerante…
Mas nem sempre é assim que o cinema é visto na sala de aula.
Geralmente filmes ou documentários são utilizados para os educandos realizarem em tarefa em que haverá avaliação sobre o conteúdo da película.
Outras vezes o filme é fruto de escolhas dos educadores, o que deixa os alunos sem a possibilidade de serem protagonistas nas sugestões de boas películas.
Resultado: o que era para ser um encontro prazeroso, torna-se um martírio para a galera.
Precisamos buscar a participação dos alunos nas escolhas de filmes que tenham que ver com o que está sendo estudado; precisamos também fazer análise cinematográficas sem necessariamente exigir contrapartidas avaliatórias dos aprendizes, para que a sétima arte seja tão bem curtida em sala de aula quanto o é nas salas de cinema.
Além dos percalços acima, há outras situações que precisam ser trabalhadas pelo educador quando for analisar filmes ou documentários.
Primeiro precisamos passar pela linha do entendimento. Explica-se: às vezes, após terminada a sessão, o educador inicia a discussão interpretativa da obra sem avaliar o nível de compreensão da narrativa.
É quando as pessoas começam a opinar sobre o filme sobre bases de compreensão difusas, o que pode gerar contratempos, antagonismos ou polêmicas sem necessidade.
Observe: primeiro a gente analisa o que está contido no filme: o visível, o que é comum a todos, aquilo que é lógico e coerente. Depois vem a fase da construção de sentidos, em que o grupo vai opinar sobre o que foi visto com base no compreendido.
A interpretação é atribuição de valor. Como podemos opinar sobre algo que não entendemos?
Muitas sessões cinematográficas didáticas perdem o sabor quando o filme/documentário é discutido sobre bases mal compreendidas.
Outro fator interessante é utilizar o filme desalinhado aos objetivos de aprendizagem. A gente não leva filme para entreter as pessoas. A gente leva o filme para promover aprendizagem. A diversão é uma consequência, não, um objetivo.
Então, nada de diversão por diversão ou filmes de nosso interesse pessoal que não tem que ver com o que se está ensinando.
E aí? Vá atrás de filmes que deem suporte para a boa aprendizagem. Ouça a galera discente. Os educandos agradecem.
Até a próxima!

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Abram aspas para Audre Lorde

Imagem Abram aspas para Audre Lorde

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