Desenhe melhor as apresentações

Recortes das imagens da capa do livro Design de Apresentações




Enquanto planeja e prepara uma palestra, é importante que o apresentador utilize os recursos retóricos com efetividade para organizar uma comunicação relevante, pois na construção da nossa peça de apresentação, temos de pensar nos recursos que serão utilizados como suporte para expressar as nossas ideias.



Há muito livro no mercado que trata do desempenho do palestrante durante uma apresentação, mas ainda as livrarias carecem de obras que ajudem o apresentador a elaborar material de qualidade.




A autora
Manuela Loddo traz esta contribuição para o mercado brasileiro, quando produz um livro que aborda a construção do material retórico, levando em conta aspectos dos estudos da cognição e do design na organização dos recursos de apresentação.

Sua plateia Merece
Trata-se do livroDesign de Apresentações – sua plateia merece, que discute os meandros da construção do material gráfico que ajudará o palestrante a conduzir a apresentação.

A autora inicia com algumas reflexões sobre pontos essenciais para a condução de uma apresentação. Este capítulo é breve e curto, pois o objetivo da obra não é a apresentação em si, mas discutir como construir material de apoio que contribua para o encaminhamento de palestras relevantes.

O livro trata também do planejamento de palestras e da construção da identidade visual das peças retóricas; fatores estes que dão vivacidade às apresentações.

Há um capítulo dedicado à elaboração de slides, discutindo os usos de elementos gráficos e animações em apresentações. Aqui a abordagem leva em conta princípios e teorias da cognição e do design que alicerçam um bom projeto visual para comunicações orais.

Após essa apreciação teórica, Manuela analisa alguns materiais de apresentação, fazendo comentários sobre possíveis melhorias nos exemplares mostrados. Ponto para a autora, pois o livro consegue sair da posição confortável de trazer prescrições sob bases teóricas alheias e avança mostrando como os princípios e as teorias podem funcionar no processo de quem trabalha com apresentações.

Loddo teve o cuidado de construir um capítulo referenciando os estudos dos autores que serviram de base para a construção do livro quanto ao desenho do material (design) e aos aspectos de organização lógico-dialética do pensamento (cognição).

O design
O material gráfico do livro é de primeira: papel de alta qualidade, para que o leitor não perca cada detalhe da produção visual produzida; além disso, o desenho gráfico do livro foi elaborado em coerência com as teorias defendidas pela autora.

Para terminar
O livro é para ler, consultar, ler. Ler não só os textos, mas ler as imagens, pois palavras e figuras se entrelaçam para nos proporcionar uma leitura leve, agradável, produtiva e relevante.

👀
O que é? Design de apresentações – sua plateia merece
De quando é? 2013
De quem é a autoria? Manuela Loddo
Quem editou? Lura Editorial

Até a próxima!

Navegue no E-Praxe

Práxis Artes Leitura
Tecnologia Reflexões

Escreva para a gente

Algoritmos na agenda do dia

Mosaico da capa da revista Pesquisa Fapesp abril/2018


A revista Pesquisa Fapesp de abril/2018 traz na capa uma reportagem sobre Algoritmos.


Pouco tempo atrás Algoritmo era assunto restrito ao pessoal de tecnologia da informação e comunicação. Hoje a medicina, o marketing, a sociologia, a psicologia, dentre outras, estudam este tema que cada vez mais interfere na vida das pessoas.

E a Pesquisa Fapesp não poderia ficar de fora. O número 266 trata do assunto, utilizando de uma linguagem clara, tornando acessível um tema tão relevante para a sociedade contemporânea.

Outros assuntos compõem a revista, como uma entrevista com a socióloga Elisa Reis, que discute alguns aspectos de fenômenos sociais da nossa vida atual; há um artigo sobre a Semana de Arte Moderna; um artigo sobre autorias…

E por aí vai

Pesquisa Fapesp é um incentivo ao estudo científico. É um arauto de múltiplas vozes. É sentar na cadeira e curtir uma boa leitura.

Saiba mais no site da Revista Fapesp

Navegue no E-Praxe

Práxis Artes Leitura
Tecnologia Reflexões
Escreva para a gente

Primeiro Capítulo

O E-Praxe é um ambiente de conteúdos sobre aprendizagem organizacional, com enfoque no desenvolvimento profissional dos cidadãos trabalhadores, empreendedores e empresários.
educação, informação, tecnologia
Repasse nosso  QR

Leia+

Travessia – fragmentos de um naufrágio

Uma jornada para a vida

O livro travessia traz momentos ímpares de reflexões sobre o viver





Sobre Maizé

Em outubro/2017 estive em Belo Horizonte a trabalho. Lá tive uma surpresa agradável de encontrar Maizé Trindade.

Conversei rápido com ela e saí do teatro como se tivesse deixado de realizar alguma coisa.

No hotel fiquei pensativo, imaginando como a gente encontra pessoas, que são relevantes na nossa vida pessoal ou profissional, e deixa o momento passar?

No outro dia pela manhã, mandei uma mensagem para ela, dizendo que foi muito importante tê-la encontrado; poucos minutos depois Maizé respondia, com um texto muito animado.

Maizé foi minha formadora em cursos de educação corporativa e sempre a tive como referência como educadora. Ainda a admiro muito pela forma como consegue escrever bem de forma objetiva e profunda.


Sobre o livro
É com essa objetividade, acompanhada de um consistente conteúdo, que Maizé escreveu Travessia – fragmentos de um naufrágio.

Travessia é um relato de jornada existencial que envolve a mente, o corpo e o espírito de alguém que passou por um momento adverso na vida, e, após a jornada, soube nos contar uma história que nos eleva, mesmo diante das atribulações que o mundo nos oferece.

No texto tudo está ligado e religado, pois as sensações do corpo também são da alma, que também afeta o nosso pensar, que também afeta o nosso agir.

No livro Maizé reflete sobre um momento pelo qual passou, fazendo uma ligação entre o que viveu e a ideia de naufrágio.

Ao olhar a palavra naufrágio, vem-me à cabeça duas novas palavras: nau, com significado de grande navio, embarcação robusta; e frágil, aquilo que é delicado. É a dança do resistente com o desprovido, diante dos desafios que a vida nos apresenta.

É a partir desse frágil-resistente que Maizé navega sobre as tempestades que a jornada terrena provoca e nos presenteia com cartões mensageiros cheios de ideias desse caminhar:
  • Por que não eu? É uma pergunta que incomoda;
  • Medo: aqui é melhor nem comentar;
  • Eu e o Outro: o que muda quando chamamos o outro para conviver com os nossos tormentos?
  • Palavroterapia e Inesperança: é preciso inventar novos significados para inverter o estabelecido;
  • Indizível: como expressar a dor que não passa?
  • Sobrevivente: é preciso testemunhar;
  • Vida e Morte: onde começa a vida? Onde começa a morte?
  • Deslembrança: ah, estas marcas que ficam encravadas na nossa história;
  • Travessia é coisa do Divino: é preciso reviver.

Sobre Julia Panadés
O leitor não vai somente se emocionar com a fluidez da escrita de Maizé, mas contemplará as imagens bem-grafadas de Julia Panadés.

O grafismo de Julia conseguiu ser fiel ao depoimento de Maizé. Ao olhar as imagens tem-se a impressão de que Julia vai – a todo momento – acompanhando cada passo da escritora, representando o indizível que esse tipo de vivência propicia.

As duas conversam como amigas: a cada momento uma delas se alterna para nos contar uma parte da história que precisa ser compartilhada por meio das palavra e das imagens.


Mais sobre o livro
O livro de Maizé e Julia teve um projeto visual primoroso. Primeiro pela ousadia de ser concebido em forma de cartões. As meninas quebraram paradigmas da expressão, presenteando o leitor com um formato diferente de leitura.

A escolha pelas tonalidades do azul torna a leitura prazerosa e cria em nós uma energia de só parar de ler quando terminar o livro.

Depois a gente vai degustando cartão aqui, cartão ali; espalha as peças sobre a mesa; pensa em pôr um dos cartões em um quadro; imagina construir um porta-quadros para que possamos sempre vislumbrar uma mensagem nova a cada dia como se fosse um calendário existencial. Que bom!


Travessia é relato de sobrevivente; foi a forma como Maizé Trindade se renovou diante da vida, da dor e do amor.

Sabe, quando começamos este texto,  relatei o encontro que tive com Maizé em Belo Horizonte e da sensação de não ter conversado um pouco mais com ela. Depois do livro pude entender que o que precisávamos conversar estava no indizível de Travessia.

O que li? Travessia – fragmentos de um naufrágio
De quando é? 2018
De quem é a autoria? Maizé Trindade
De quem são as ilustrações? Julia Panadés
Quem editou? Edição das autoras

Até a próxima!

35 ciclos de um disco navegante

Maria Bethânia

Daqui a 35 anos, o disco Ciclo completará 70 anos de lançado. Caso alguém deseje escrever sobre a obra, e fazer algum comentário sobre Maria Bethânia, é provável que não encontrará noticiários sobre Bethânia como uma celebridade. Como a artista que vendeu milhões de discos ou que foi recordista de downloads. Dificilmente verá noticiários sobre a roupa que ela vestia ou se esteve em programas de auditórios, fazendo julgamento das qualidades musicais alheias.

O que será possível descortinar é a artista-cantora, que também declamava (e muito bem); descobrirão também que ela tinha um jeito muito gosto de dançar (descalça) e que cada música interpretada vinha embrenhada de uma história boa de se contar.

Ciclo
Este ano Ciclo completa 35 anos de lançado, e ainda lembro do primeiro momento que ouvi aquele LP, que trazia nas canções os sons misturados com os silêncios, num ritmo leve e gostoso. Ali eu escutava, dançava, meditava; enfim, deixava os sentimentos florescerem.

Venha, leitor fazer uma viagem pelos caminhos das boas canções.

Lado A
De casa eu podia ver Maria Bethânia dentro do trem. Era a Motriz, aquela maquinaria de trilhos que levava o povo de Santo Amaro a Salvador. Naquele tempo o Recôncavo ainda tinha muito verde rodeando as casas, e os trilhos eram trilhas para a imaginação.

Agora viajando na motriz, vejo Bethânia em volta de uma fogueira. Ao lado dela há uma outra mulher, a mulher escreve sobre o amor com muita profundidade. Enquanto ela escreve, Bethânia canta, olhando para cada verso que Ângela Rô Rô expressa.

Depois Bethânia sai em alvoroço e abraça Gal Costa: as duas em uníssono cantarolam versos simples da pura filosofia.

É quando Gil entoa versos tristes dos desencontros criados pelos deuses do Amor e da Solidão.

Bethânia então é puxada pela sensível língua poética de Moraes Moreira. A motriz já atravessou a Bahia e está em Portugal.

É quando um sopro soa aos ouvidos nos traços curtos de Braguinha, dizendo Anda Luzia, Anda Luzia…

Lado B
Estamos no meio do Ciclo, uma peça rara do cancioneiro popular. elo texto de Nestor Oliveira, musicado por Caetano Veloso. Agora me sinto num redemoinho, com aquelas folhas em movimento dançante, que me faz pensar a vida, a vivida e a não vivida.

É nesse movimento que Ary Barroso oferta Rio de Janeiro. Ah! Que toda energia seja nossa. Viva o povo Brasileiro!

Entre sacolejos da máquina de ferro, Gonzaguinha chama a doce e bárbara cantora para um canto que faça o sol adormecer. Aqui o dia e a noite entram em cópula, e o ser feliz é o que importa.

Neste momento já estamos em êxtase de tanta música boa, mas Lupicínio põe todo mundo em situação de porre. Faz uma música tão grandiosa que serve tanto à pontente voz de Jamelão quanto aos graves melódicos dessa grandiosa intérprete.

Nada melhor do que um bom vinho para se falar de amor, de prazer, da saudade de nosso corpo, que também é labirinto. Maria Bethânia dá voz a Naila Skorpio.

A motriz está terminando a jornada. A lua aparece para tornar o disco mais poético. Que combinação mais harmoniosa ouvir uma canção escrita por Mabel Veloso e musicada por Roberto Mendes.

Outros Lados
Quem teve o privilégio de adquirir o LP recebeu um encarte com as letras das músicas e um conjunto de texto denominado Outros Lados. Velhos Tempos quando uma obra musical não continha somente a música, mas trazia as letras e os contextos de produção da arte.

Olho daqui de 2018 e vejo a motriz voltando de Salvador para Santo Amaro, levando saudades e tendo impregnado em cada vagão um pouco da história da Música Popular Brasileira.

O que ouvi? Ciclo
De quem é a autoria? Maria. Bethânia
De quando foi? 1983
Quem produziu? Philips
O que achei? Maravilhoso!
Quais são as músicas?
Lado A
. Motriz
. Filosofia Pura
. Fogueira
. A Notícia
. Sonhei que estava em Portugal
. Ana Luzia

Lado B
. Ciclo
. Rio de Janeiro
. Cantar para fazer o sol adormecer
. Ela disse-me assim
. Vinho
. Lua

Até a próxima!

Mediação Educacional

Interagir para educar

A interação na aprendizagem é um dos assuntos mais discutidos em educação neste início de século XXI.

O cerne das discussões é como propiciar aprendizagem significativa mediante situações educacionais que envolvam discussão, desenvolvimento da autoria e da autonomia, e resolução de problemas com os educandos; ou seja, criar ambiente didático em que pro e alunos atuem, de forma distintas, como sujeitos ativos dos processos.

Apesar de haver muita teoria já produzida sobre essa concepção de ensino-aprendizagem, ainda persistem nos ambientes educacionais a posição de Arauto do educador: aquele profissional que fala primeiro, sempre afirma e pouco pergunta.

Será que os compêndios teóricos estão com uma linguagem ainda distante da sensibilidade dos professores?

Mediar como princípio

Difícil de responder. Mas existem obras que intentam criar aproximações sucessivas entre o que as ciências discutem sobre o desenvolvimento humano e o que o universo das práticas pedagógicas precisam para responder aos contextos de aprendizagem do homem no século XXI.

E é nesse caminho de proximidades entre ciências e práticas cotidianas que em 2003 foi lançado o livro A mediação como princípio educacional, que discute as ideias de Reuven Feuerstein em relação ao processo de ensino-aprendizagem.

Feuerstein dedicou a vida a trabalhos relacionados ao desenvolvimento humano nos aspectos relacionados à cognição, no que se refere a temas como memória, percepção, linguagem, raciocínio e pensamento.

A partir desse interesse de Reuven, foram desenvolvidos os fundamentos que deram origem a concepções como Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural (MCE), Experiência da aprendizagem Mediada, Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), Avaliação Dinâmica do Potencial de Aprendizagem (LPAD). O leitor encontrará o detalhamento destas ideias no livro.

Um ponto de destaque da obra é quando os autores articulam o pensamento de Feuerstein, com os estudos de Piaget, Vigótski e Paulo Freire. Neste momento o leitor pode fazer um paralelo entre o que estes autores conceberam no campo do pensamento, da linguagem e da educação e a riqueza da mediação como uma alternativa para promover relações de ensino-aprendizagem mais significativas.

Aprender a Mediar

Este não foi um livro só de leitura, mas servirá como fonte de consulta nos momentos de práticas, de dúvida e de reflexão sobre formas diferenciadas de ensinar a partir do que o educando já sabe, das condições sociais em que ele vive e das estruturas cognitivas do Ser que deseja aprender.

O que eu li? A mediação como princípio educacional – bases teóricas das abordagens de Reuven Feuerstein
De quem é o texto? Ana Maria Martins de Souza, Léa Depresbiteris e Osny Telles Marcondes Machado
Quando o texto foi escrito? 2011
Quem editou o texto? Senac
O que achei do texto? Muito Bom!