Os Implícitos de The Blacklist
Quem assiste a The Blacklist (série televisiva) fica envolvido com uma trama policial cheia de atrativos. Primeiro: há um criminoso (Raymond Reddington) inteligente e sedutor que entrega ao FBI um lista dos principais criminosos do país em troca de imunidade criminal; segundo: há uma policial jovem e atraente (Elizabeth Keen), que serve de motivo para contracenar com o astuto criminoso.
Chamei Reddington de criminoso, mas a história é tão bem construída, que a gente esquece que Red seja um personagem fora da lei.
Para se entregar Red faz ao FBI uma exigência, que Elizabeth trabalhe com ele na procura dos referidos criminosos. Assim é criada uma força-tarefa com a companhia de Reddington para ir à caça dos bandidos mais procurados dos Estados Unidos.
Até aqui está formada a superfície da história: entretimento, fortes emoções e muita ação que atrai a atenção dos espectadores e mobiliza múltiplas sensações como toda boa série policial.
Mas onde está o implícito disto tudo?
A superfície da série é a própria trama policial, mas a narrativa mostra de forma subliminar o jogo político das negociações judiciais feitas pelo poder público e o crime organizado. Na história, a polícia estadunidense aparece como uma instituição regada a negociações criminosas para conseguir prender bandidos que eles consideram perigosos para a nação.
E quais as consequências disto?
Na história os policiais possuem competências ímpares, quando o assunto é invadir os espaços para prender os fora da lei, porém possuem baixo poder de negociação com o crime organizado e dependem das ações de Robert para resolver a maioria dos problemas.
Red é o mentor e articulador de todas as ações da força-tarefa. Para alguns isto seria a normalidade da história, mas quando a gente se aprofunda nas questões da negociação política, observa como o poder público, na narrativa, é impotente para resolver os problemas do Estado e buscam recorrentemente a acordos, que levam a nação a perdas financeiras e imobilismo quanto à atuação pertinente na defesa dos interesses sociais de uma comunidade.
O leitor poderá assistir à série e não ter esta mesma percepção e ficar no campo da trama bem organizada das narrativas policiais.
No entanto poderá também fazer ligações da história com outras histórias da vida cotidiana e construir análises das implicações dos negócios realizados entre o poder público e as organizações criminosas.
Vamos pegar pipoca, sentar em frente da TV e se deliciar com as histórias que nos contam. Mas vamos, vez ou outra, mudar a posição em que estamos sentados para obter outras percepções sobre o que estamos assistindo.
Até a próxima!
A que assisti? The Blacklist
Quando a série começou? 2013
Onde assisti? Plataforma Netflix
Quem produziu? Jon Bokenkamp, John Eisendrath, John Davis e John Fox
O que achei? Bom
Até a próxima!
Feminicídio
Ele me bateu com marreta
Até minha cabeça não aguentar mais!
Sinto culpa em tudo que faço
E nas mãos daquele rapaz não me satisfaço
Eles me espancaram sem parar
Diziam que se eu queria ser homem
Como homem teria de apanhar
Ela vestiu a máscara masculina
Para me bater por ciúmes de outra menina
Apanhei da cabeça aos pés
Fiquei perdida sem acolhimento e sem mulher
Os meninos se debruçaram sobre a menina
Era um, eram dois, eram três
Eram quatro, eram cinco, eram seis
Eram tantas extravagâncias
Que ela morreu sem esperança
Ele esbofeteou a esposa no primeiro dia
Ele espancou a esposa no segundo dia
Não houve ressureição no terceiro dia
Ela apanhava todo dia
Parecia canção de Melodia
Incomum era o povo que nada fazia
Ele não respeitou a distância mínima
Hoje, entre as sombras, minha alma vaga perdida
Mas todo este medo não vai tirar de mim a identidade feminina
Didática da Prática
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| Cacilda |
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| Lidu |
Caixa de Engraxate
Palavras e Imagens
Uma coisa é escrever sobre a necessidade de conhecer o mundo dos infográficos, outra é termos acesso a essa forma de produzir cultura no mundo atual. Pensando nisto, trouxemos como reflexão de hoje um comentário sobre o livro Infografia História e Projeto – Origens, conceitos, processos de design que modificou a forma da mídia mais tradicional da História.
A obra é de Ary Moraes, design especializado em infografia, que nos apresenta um livro didático e de comunicação acessível a quem é leigo na área.
No texto encontramos um breve histórico da infografia, com relato dos primórdios dessa abordagem de comunicação nos nossos jornais dos séculos XIX e XX, até chegar à recriação dos jornais em formatos bem mais visuais que temos hoje.
Há também um apanhado sobre a prática da infografia, com descrição do processo de trabalho para se chegar à articulação entre escrita e imagem. Nesta parte do livro dá vontade de pegar papel, caneta e régua e construir um esboço de alguma ideia que passa por nossa cabeça.
Além de tudo isto, Moraes selecionou peças históricas, que nos ajuda a entender o processo de criação dos infográficos no Brasil. Excelente.
Para o final, Infografia História e Projeto traz uma reflexão sobre a atividade no Brasil e no mundo, buscando levar o leitor a pensar esse projeto de trabalho inserido no contexto da vida contemporânea.
O que poderia ser melhorado na obra? Bem que o livro poderia ter sido confeccionado em papel de melhor qualidade, pois os infográficos escolhidos possuem muitos detalhes, o que necessitaria de fotos mais nítidas. A obra também poderia ser colorida para o leitor ter noção da gama de possibilidade que um infográfico pode propiciar.
Caso não fosse possível fazer as modificações acima, o acervo de imagens poderia ser disponibilizado na WEB; assim os leitores aprenderiam mais com a diversidade de exemplares trazidos no livro.
Apesar de a escrita ser voltada para as pessoas que têm vínculo com a área de comunicação, em especial as da área de jornalismo, seria pertinente que os educadores dialogassem com o assunto, pois precisamos dar conta (em sala de aula e nos ambientes virtuais de aprendizagem) das mensagens multimodais criadas pelos homens, para assim favorecermos aprendizagens mais significativas.
O que eu li? Infografia História e Projeto
De quem é o texto? Ary Moraes
Quando o texto foi escrito? 2013
Quem editou o texto? Blucher
O que achei do texto? Excelente
Até a próxima!







