Acordais para a arte de contar histórias

Aprender com a arte de contar histórias

A contação de histórias é uma atividade lúdica e provocadora de aprendizagens, tanto para quem narra, quanto para quem ouve as narrativas.
Regina Machado, educadora, estudiosa e contadora de histórias, convida os leitores para uma caminhada pelo portal dos contos tradicionais e das estórias maravilhosas num livro tão singular.
A estratégia de escrita da autora é proporcionar uma leitura prazerosa sobre a arte da narrativa, vinculada a um apuro técnico sobre as dinâmicas da arte de contar histórias de diversas culturas.
Como a própria autora afirma: “… não é possível, nem adequado, redigir um manual, um receituário ou qualquer coisa que se assemelhe a uma prescrição metodológica da arte de contar histórias” e logo a seguir complementa: “este relato é feito de metáforas, perguntas e determinados conceitos e pistas encadeados por um modo pessoal de aprender” (página 204).
Houve uma escolha feliz de abordagem, ao articular exemplares de estórias com apreciação técnica da estrutura narrativa, o que tornou o texto gostoso e convidativo para descobertas sobre essa ação cultural dos primórdios da existência da humanidade.
O livro vem com ilustrações sutis que se harmonizam com os textos em cada capítulo. Há um glossário técnico no final. Destaque para a bibliografia que é dividida em duas partes: coletâneas de contos e estórias  e um conjunto de obras sobre estudos de narrativa.
Para quem é educador, a obra é um referencial por trazer um relato de experiências de uma profissional que construiu a carreira com vivências e aprimoramento teórico sobre a arte de contar histórias.


Acordais – Fundamentos Teórico-Práticos da Arte de Contar Histórias
Observação: a autora lançou outro livro sobre a arte de contar histórias, cujo nome é A arte da palavra e da escuta, em parceria com Adriana Peliano, que é uma ampliação de Acordais.

Regina Machado
Ilustrações: Luiz Monforte 
Editora DCL – Difusão Cultura do Livro

Boa Leitura! 

Reinventando as Favelas

A refavela nossa de cada dia!



No final da década de 1970 eu era um adolescente em turbilhão. Passava o dia inteiro na rua e só queria saber de futebol, dominó e jogar gude.


Minha mãe ficava preocupada. Cada conselho que ela me dava era esquecido; depois eu percebia muito aborrecido como ela tinha razão: era uma aprendizagem de vida.

No início das férias escolares dos meus 15 anos, ela decretou que eu ficaria em casa, que não iria para a rua.
Fiquei atordoado: deixar de jogar bola e dominó era o fim!
Então ela me chamou e disse:  – Você vai passar uns dias na casa do seu tio. Lá eu sei que você vai ficar quietinho, longe deste barulho.

Lá fui eu para a casa do meu tio. Apesar da companhia dos meus primos e da comida gostosa que havia por lá, o que eu queria mesmo era vadiar, ficar nas ruas com os amigos.

Na casa do meu tio, a esposa dele me mostrou uma coleção de discos (LP). Um disco chamou a minha atenção: era Refavela, de Gilberto Gil: um disco diferente, com uma batida inovadora, das coisas que havia na Bahia, mas de algo que para mim ainda não era muito bem curtido: as batidas africanas.

Não sabia eu que aquele era um clássico na carreira de Gil, em que ele trocava figurinhas com o Ilê Ayê, mostrando uma diferenciada forma de fazer música brasileira. Não havia ainda percebido as origens das origens de toda a música baiana que iria transbordar nos anos 1980 e 1990, com base nos ritmos sincopados de sons como o da música Patuscada de Gandhi.

Foi ouvindo diversas vezes aquele disco que eu pude perceber que o melhor lugar do mundo é Aqui e Agora!
Foi naquele disco que eu me despir de conceitos e preconceitos e pude sentir o movimento, a dança e a espiritualidade de um Babá Alapalá
Foi na singeleza de Sandra que pude usufruir da grandiosidade do poeta ao exaltar o feminino, transfigurado em múltiplos nomes de mulheres.
Foi com aquelas músicas que pude repensar a Refavela: dos sem casa, dos sem teto, dos sem nada: à espera de uma Nova Era.

Hoje ouço No Norte da Saudade me emociono com um cancioneiro tão nosso, tão brasileiro.

Design Thinking e Educação

Aprender mais sobre planejamento didático 



Saiu um livro interessante sobre Design Thinking (DT) e educação no mercado editorial brasileiro.


Trata-se da obra Design Thinking na educação presencial, a distância e corporativa, das educadoras Carolina Costa Cavalcanti e Andrea  Filatro.
O livro é fruto da combinação pertinente de competências: de um lado: Cavalcanti com conhecimento e experiência em DT, vinda de um doutorado sobre o assunto; do outro, Filatro experiência e publicações acadêmicas na área de Design Instrucional (DI).
O resultado é um livro bem feito, que trata de questões bem embasadas sobre condução de processos educacionais, no contexto de uma prática articulada de planejamento didático com criação de estratégias educacionais organizadas.
No livro as autoras fundamentam o uso do DT como um instrumento de estratégia de ensino-aprendizagem, de metodologia para solução de problema e de abordagem de inovação.
As educadoras compreendem o Design Thinking como um processo interativo e recursivo para se compreender um problema, projetar soluções, construir protótipos e implementar a melhor opção das soluções projetadas. 
Um destaque na obra é a maneira como a informação é tratada: as mensagens são construídas com a articulação de textos e infográficos, o que facilita o entendimento do assunto.
Outros pontos de destaque são as experiências com o uso do DT por meio de entrevistas e relato de casos. No livro há também um conjunto de descrições de estratégias que o leitor poderá utilizar de acordo com o contexto de trabalho em que estiver envolvido.
Há um apêndice em que Filatro discorre sobre pontos de articulação entre o DT e o DI. Aqui a autora argumenta sobre o próprio processo de entendimento e experimentação do DT em educação. A leitura do apêndice é essencial para compreender os motivos que levaram as autoras a escrever sobre o assunto. 
O livro contém um pequeno glossário, que ajuda os iniciantes na compreensão do tema, um índice remissivo, que é muito útil para se localizar assuntos que se queira aprofundar, além de um conjunto bem estruturado de referências bibliográficas.
As autoras não ficaram centradas em si mesmas e ofertaram aos leitores um quadro com o que se vem produzindo no Brasil sobre a temática do DT. Uma boa ideia, pois ajuda a quem deseja se aprofundar no assunto.
A escolha do título não foi das melhores, pois a educação corporativa funciona na modalidade a distância e na presencial. Talvez em uma edição futura isto seja melhorado.
Qual a utilidade desse tipo de abordagem para nós educadores? Nestes tempos de novas tecnologias digitais, precisamos de mais autoria. E em educação a autoria passa por momentos de planejamento didático e construção do próprio material educacional para nosso trabalho cotidiano, o que nos ajuda a evitar o eterno ciclo do recortar, copiar e colar…

Mais alguma coisa? Boa Leitura!

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Poema da Terça-Feira

Falta muito para a sexta

Poema da Segunda-Feira

Vai trabalhar?