O pensamento faz bem com Kate Crawford

Pensar faz bem com Kate Crawford
Pensar faz bem com Kate Crawford

A inteligência artificial não é uma técnica computacional objetiva, universal ou neutra, capaz de fazer determinações sem interferência de seres humanos. Seus sistemas estão inseridos em mundos sociais, políticos, culturais e econômicos, são moldados por pessoas, instituições e imperativos que determinam o que as IAs fazem e como o fazem. Elas são projetadas para discriminar, amplificar hierarquias e codificar classificações bastante limitadas. Quando aplicadas a contextos sociais como o policiamento, o sistema de justiça, a saúde pública e a educação, elas podem reproduzir, otimizar e amplificar desigualdades sociais existentes. Isso não acontece por acidente: os sistemas de IA são criados para ver e intervir no mundo de forma a beneficiar primariamente os Estados, as instituições e as corporações a serviço de quem estão. Nesse sentido, eles são expressões de poder que emergem de forças econômicas e políticas mais amplas, sendo criados para aumentar os lucros e centralizar o controle daqueles que os empreguem. Mas não é essa história da inteligência artificial que costuma ser contada.

Kate Crawford, em Atlas da IA: poder, política e os custos planetários da inteligência artificial, 2025, p. 247

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Publicado por Cleonilton Souza

Educador nas áreas de educação, tecnologias e linguagens.

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