Minha vida em uma agenda de papel

Minha vida em uma agenda de papel
Minha vida em uma agenda de papel

Sou das novidades e inovações e também das coisas antigas e das nostalgias, pois o novo e o velho estão entranhados em mim e não me deixam fazer separações rígidas entre o passado, o presente e o futuro.

Assim uso cotidianamente um smartphone, para a mobilidade e consultas rápidas, e um tablet para criar rascunhos sobre as coisas que percebo no mundo. Quando desejo criar algo mais elaborado, recorro a um notebook que me ajuda bastante na formalização dos diversos tipos de documentos.

Mas há um objeto técnico que está sempre comigo, acompanhando as tarefas que realizo no dia a dia: a velha e prazerosa agenda de papel. 

Geralmente compro o utensílio uns dois meses antes de o ano acabar e já vou anotando aqueles registros considerados fundamentais como datas de aniversário de pessoas queridas e os contatos que são relevantes caso eu perca o smartphone.

Já usei todo tipo de agenda de papel, desde aqueles tijolões bonitos, cheios de fotografias até minúsculos cadernos que cabiam no bolso. Hoje uso uma agenda 14 por 10 cm, que muito me satisfaz.

Minha geração é a do intermédio; vivi o período dos LP, fita cassete, fita de vídeo, CD, DVD, pendrives e nuvens. Minha existência é analógico-digital, o que me faz adorar utilizar todas essas possibilidades técnicas, inclusive o papel e a caneta, o que de certa forma facilita eu registrar minha vida em uma agenda de papel.

Começo 2024 com os planos registrados em papel e nos demais aparatos técnicos também, um não se sobrepõe ao outro. Não há divisão em bom ou ruim, novo ou velho, o que importa é a utilidade que o objeto técnico proporciona no momento de mais necessidade.

Até a próxima!


Creative Commons License 
Licença Creative Commons
Leia+


Pensar faz bem com Gilbert Simondon

Pensar faz bem com Gilbert Simondon
Licenciado com Creative Commons - Creative Commons License



A passagem pelos 60 anos

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é adobe_express_20231126_1335430_1.png
A passagem pelos 60 anos
A passagem pelos 60 anos

Envelhecer é algo que acontece todo dia, toda hora, em todo minuto e em todo segundo. O envelhecimento é um processo tão comum que nem percebemos isto acontecendo em nós.

Mas existem as datas significativas que vão nos alertando, como nas ocasiões que completamos 60 anos, fase que marca “oficialmente” o início da velhice no Brasil.

Cheguei aos 60 anos no mês de novembro passado e optei por festejar de maneira simples, curtindo pequenas coisas, aquelas coisas que me proporcionaram momentos de felicidade na existência aqui na Terra.

Como cinema é uma das minhas paixões, fui assistir Ó Paí, Ó e refletir por meio da comicidade alguns dos problemas sociais persistentes na vida do brasileiro. 

Por falar em Ó Paí, Ó, no dia do aniversário, degustei comida baiana no bar de mesmo nome do filme, localizado no Centro Histórico de Salvador. Fiquei surpreso ao sair do restaurante com a nota fiscal do serviço prestado, uma raridade de se testemunhar em ambientes comerciais de lazer hoje em dia.

Um dia após o aniversário entrei no site da companhia de trânsito municipal para fazer o cadastro para obtenção da carteira de estacionamento do idoso, mas, uma semana depois, o processo está parado na plataforma da instituição pública. 

Outra paixão que precisava ser vivida era da música: fui ao festival República do Reggae ver Burning Spear, Edson Gomes, Ponto de Equilíbrio, Groundation. Foram seis horas de dança, muita dança.. 

No outro dia? Depois de muito tempo, tive o prazer de acordar perto das 11 horas da manhã. Leitor, isto não tem preço. 

A convivência importa! Durante o dia do aniversário curti conversas on-line com familiares, parentes e amigos, oh coisa boa.

O que vem pela frente? De agora em diante, é tempo de me preparar para o envelhecimento mais severo do corpo, procurando rejuvenescer o espírito e a mente. Também preciso relaxar mais, aceitando a situação do envelhecimento, buscando, cada vez mais, me identificar com a vida nova que se anuncia com a situação de pessoa idosa.

Até a próxima!


Creative Commons License 
Licença Creative Commons
Leia+


Pensar faz bem com Judy Wajcman

Pensar faz bem com Judy Wajcman
Licenciado com Creative Commons - Creative Commons License



A simbologia do Esporte Clube Vitória

A simbologia do Esporte Clube Vitória

O EPraxe como um espaço destinado ao compartilhamento de informações sobre a cultura e o cotidiano precisa se voltar para um dos setores mais intensos da cultura brasileira, que é o futebol, por ser este um dos elementos que marcam a identidade da nação há mais de um século.

Vamos iniciar timidamente nossas conversas sobre o futebol, tecendo alguns comentários sobre o Esporte Clube Vitória, uma agremiação esportiva com 124 anos de história, nascida em área nobre da cidade de Salvador, que no final do século XX decidiu mudar de localização  de referência para ser reconhecido como integrante de um bairro periférico de Salvador chamado de Canabrava, uma área pobre da cidade, que tinha como marca um lixão no meio da localidade e que tantos problemas trouxeram àquela população.

Depois de ter construído o estádio Barradão em Canabrava, o Vitória passou a ser chamado pelos torcedores do time adversário de Barralixo, mas a agremiação continuou o projeto do estádio na periferia e de lá saíram muitas rendas para a manutenção do time até hoje.

Além de Barralixo como elemento de produção simbólica contra a agremiação, o Vitória passou a ser chamado Vicetória, pois os torcedores dos outros times achavam que era destino do time nunca ser campeão em nível nacional.

Em meio a essas construções simbólicas negativas, o Vitória vem construindo, com altos e baixos, uma jornada diferente dentro do futebol por manter-se em uma tradição de governança que não é mais valorizada pelos adeptos do transnacionalismo e do capitalismo, aos quais os times de futebol devem se subordinar a empresas multinacionais. No Vitória, os sócios têm direito a voto; eles são os torcedores. O estádio também tem de ser de propriedade do time, o que resulta em um tipo de gestão cuja renda venha de um bem próprio.

Quanto à simbologia positiva, o mascote do Vitória é um leão, símbolo de força e luta, e os torcedores adoram chamar o time de colossal e também de “nêgo”. Por falar em torcedores, o time passou por uma grave crise socioeconômica durante os últimos cinco anos, chegando ao final de 2022, com grande possibilidade de ir para a série D do campeonato brasileiro. Foi quando a torcida tomou as rédeas do jogo e motivou o time rubro-negro a sair da série C para a série B, naquele ano, se tornando campeã da série B em 2023, tendo como resultado a volta ao campeonato brasileiro da série A, que acontecerá em 2024. Isto é uma ação colossal, difícil de ser feita, que marcou significativamente a história do Leão.

A paisagem de Salvador recebeu uma chuva de gritos e júbilos dos torcedores do Vitória no final de 2023, pois houve sincronia entre os propósitos da direção do time com a força e motivação dos jogadores e o apoio da torcida. e espera-se que o ano de 2024, e os que virão depois, sejam banhados dessa sincronia, e que mais momentos felizes possam acontecer dentro do futebol baiano.

Quanto aos problemas de governança e venda dos times brasileiros a empresas transnacionais, eles ainda continuarão existindo, mas esperamos que esses acontecimentos deletérios não impeçam o desenvolvimento desse setor da cultura tão significativo para a formação do brasileiro.

P.S.: depois de ser campeão da série B, o Vitória recebeu proposta de cunho publicitário para, em troca de recursos financeiros, mudar o nome do time ou do estádio de futebol. Mas isso, caso se concretize, será tema para uma próxima publicação, 

Até!


Creative Commons License 
Licença Creative Commons
Leia+


Pensar faz bem com Rafael Grohmann

Pensar faz bem com Rafael Grohmann
Licenciado com Creative Commons - Creative Commons License