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Artigos, resenhas e crônicas do cotidiano

Gilberto Gil soube utilizar com maestria a régua e o compasso na construção de uma jornada artística, política e intelectual de tirar o fôlego. Ele produziu célebres canções para o rico acervo da música popular brasileira, fez o violão sorrir e chorar, exibindo tanto canções do próprio repertório, quanto canções de outros artistas nacionais e internacionais, além de, claro, cantar, cantar…
Junte-se a tudo isso, a jornada na cultura política, quando foi vereador de Salvador e depois ministro da cultura do Brasil: atividades estas cuja preocupação foi o bem-estar da sociedade brasileira.
Ora, ora, Gilberto Gil é o homem do discurso sobre a ladeira da Preguiça, um texto sensível sobre o cotidiano da vida metropolitana da cidade do Salvador. Ele também é o seresteiro de visão futurista que cantou em versos o mundo novo que se descortinava do cérebro eletrônico, da Lunik 9, das antenas parabólicas e da física quântica. Quanta coisa para se apreciar nesse arauto da posteridade.
E foi para assinar o próprio nome nos anais da posteridade que Gil abriu caminhos entre os imortais na Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele, como um ágil passarinho, nas palavras de Geraldo Azevedo, articulou prosperidade com posteridade.
E é assim, com toda essa bagagem, que ele entra na Academia, saúda os presentes, agradece, chora, sorri e discursa de um jeito febril e apaixonado diante de toda a gente.
Um viva ao acadêmico Gil, que é cantor, compositor, político, intérprete, homem público, disposto a atuar em muitas frentes.
Até a próxima!
Pós-escrita: há ainda um longo caminho a percorrer para uma ocupação mais plural dos espaços na Academia Brasileira de Letras, pois, durante a história da Instituição, apenas três afrodescendentes ocuparam cadeira naquele lugar. Os filhos de África foram Machado de Assis, um dos fundadores da ABL, crítico e escritor, Domício Proença Filho, professor e escritor, e Gilberto Gil. E as mulheres afrodescendentes? Nenhuma ainda. Precisaremos mudar a situação.
Chegaremos lá.
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Vivemos a era do big data, da internet das coisas e da inteligência artificial, que solicita novas formas de aprendizagem, mas ainda não resolvemos uma questão crucial de nossa civilização que era para ser razoavelmente solucionada no século XX, que é a do analfabetismo, ou seja, deveríamos ser uma civilização em que todos tivessem condições de ler e escrever com fluência, no entanto…
Interessante notar que, segundo o IBGE (2019), ainda temos no país 11 milhões de pessoas, com idade acima de 15 anos, na situação de analfabetas.
Mas a sociedade brasileira não cansa de lutar contra o analfabetismo e vez por outra aparece uma luz no fim do túnel. Uma dessas luzes de esperança é o Glossário Ceale – termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores, que traz um acervo de termos sobre o universo da alfabetização. O Glossário foi organizado e é mantido pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), vinculado à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O trabalho do Ceale se destina aos educadores do ensino fundamental, mas ao visitar o Glossário, percebe-se que a iniciativa pode contribuir para a formação de profissionais de outras áreas do conhecimento que tenham como horizonte trabalhar para a melhoria do nível de educação no Brasil.
A preocupação do Ceale é reunir o que há de atual e pertinente sobre a alfabetização. Para os organizadores do Glossário, “(…) vários conceitos, procedimentos e práticas que foram se disseminando no mundo acadêmico e na prática pedagógica estão dispersos em diferentes materiais. Daí a necessidade e o desafio da recolha e da reunião dessas reflexões, organizadas em um Glossário.” (CEALE, 2014. Apresentação do Glossário, p. 2).
O Glossário Ceale é um projeto multidisciplinar, pois abrange contribuições de diversas áreas do conhecimento, como tecnologia da informação, psicolinguística, sociologia, e outros campos do saber, tendo como ponto central a alfabetização. O documento está organizado de maneira hipertextual, oferecendo ao leitor possibilidades de ampliar conhecimentos sobre o tema a partir das referenciações contidas no final das conceituações de cada verbete.
A obra foi elaborada com a ajuda de pensadores brasileiros e internacionais que há anos vêm se dedicando à educação, à pesquisa e à extensão em assuntos relacionados à educação alfabetizadora.
O Ceale é uma contribuição significativa para quem se dedica aos estudos de educação e linguagem, se constituindo como um patrimônio cultural brasileiro, feito com muitas mãos e muitas cabeças.
Até a próxima!
O que é? Glossário Ceale – termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores
Quem é o responsável? Ceale, Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita
Quem organizou? Isabel Frade, Maria da Graça Ferreira da Costa Val e Maria das Graças de Castro Bregunci
Onde acesso? Glossário Ceale

Li o relatório Cognitive Warfare, que foi solicitado pela Otan, sobre os novos recursos de guerra que estão sendo inventados e, desconfiam, já estão sendo utilizados nos contextos de guerras entre as nações do mundo.
O texto é bem informativo e traz alguns conceitos sobre guerra cognitiva, a nova arma de dominação, que se utiliza de estudos transdisciplinares de áreas do conhecimento como a da neurociência, tecnologia da informação, sociologia, economia e outras mais para criar estratégias de domínio por meio do controle do comportamento humano. O texto é bem elucidativo, mas, ao mesmo tempo, é assustador, pois demonstra como as ciências em geral estão sendo usadas para afastar cada vez mais os humanos dos humanos.
Uma pena que o relatório só apresente problemas da guerra cognitiva a partir dos países que são de posição contrária a da Otan, não apresentando como as nações em geral, do ocidente ou do oriente, estão, de maneira crescente, se dedicando a políticas científicas que sustentam guerras. De qualquer forma vale a leitura do relatório, mas procurando saber quem fala e em quais circunstâncias ocorrem as produções discursivas.
Até a próxima!
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