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Artigos, resenhas e crônicas do cotidiano

Se você teve a oportunidade de assistir a Os intocáveis, O poderoso chefão, Era uma vez na América, Os bons companheiros, vai se entusiasmar em assistir à Família Soprano, série televisiva de seis temporadas (a sexta temporada é subdividida em A e B), em uma jornada de 86 episódios. A série mergulha nos meandros das contravenções nos Estados Unidos durante a passagem do século XX ao século XXI.
Família Soprano dá novo status às séries televisivas ao incorporar os novos recursos técnicos já usados no cinema, com atores e diretores diferenciados para a construção de uma narrativa que traz para a televisão a produção de vídeo não só como técnica, mas como arte.
Depois de assistir à Família Soprano sobrevieram as seguintes ideias:
Homofobia Religião Família Contravenção Milícias Lavagem de dinheiro Corrupção Violência, Violência contra a mulher Cinema Estado paralelo Racismo Imigração Contrabando Traição Drogas Velhice Remédios Vingança Código de conduta Morte Intolerância Linchamento Destruição do ambiente Agiotagem Jogos Sexo Violência, Amor, Desamor.
Tudo assim mesmo misturado, em sequências que deixam a gente sem fôlego. São muitos temas tratados na série, que, a partir das situações de contravenção dos personagens, discute assuntos tão prementes para o início dos anos 2000 e tão atuais para os dias de hoje.
A série é uma parceira de A máfia no divã, só que não mais presa ao gênero comédia, como no filme, mas navegando entre o trágico, a ação, o humor e o suspense, na busca para retratar em ficção a questão da violência tão visível nos nossos dias.
Um ponto de destaque na trama é a referência a diversas obras cinematográficas, o que dá um colorido especial aos episódios e nos faz rememorar pequenos trechos da história do cinema.
Até a próxima!
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O ano de 2022 traz a lembrança de dois eventos relevantes para a história do Brasil. O primeiro é o bicentenário de independência do Brasil, que precisa suscitar discussões sobre até que ponto um estrangeiro-colonizador proclamou em São Paulo a independência política do Brasil, enquanto os brasileiros ainda continuavam lutando pela independência do país até 1823, e é por isto que na Bahia o 2 de julho de 1823 é reconhecido como o ano genuíno da independência do país. Mas isto demandaria uma longa discussão que não cabe aqui nesta pequena postagem.
O segundo evento é o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, quando cidadãos brasileiros, mais ligados às artes, partiram para protestar e reivindicar para o país uma independência cultural, de valorização do criativo que aqui era produzido e contra a produção cultural enviesada pelo ideário europeu tão comum no início do século passado. Era necessário produzir referenciais próprios de brasilidade: este é o ponto forte do movimento.
Sobre a Semana de Arte Moderna, a plataforma HBOMAX lançou a série musical 2022, um evento em três atos, que faz uma bela homenagem à Semana, com um conjunto de músicas apresentadas em novos arranjos.
Não vá o leitor imaginar que as músicas são as maiores músicas do cancioneiro popular brasileiro de todos os tempos. Na série você poderá apreciar uma homenagem a um momento histórico da cultura artística brasileira. As músicas são para ouvir e curtir um momento singular de nossa história depois de 1922, apresentando o legado da música brasileira para nossa história.
A terceira parte do evento é dedicada a retratar um pouco do que fora os bastidores de realização do musical, uma coisa difícil de se ver em plataformas digitais, em que trailers, resumos e making off sempre ficam em segundo plano. Ah, que saudades dos DVD que vinham com making off primorosos.
As parcerias nas interpretações foram muito boas, como em Olodum, Carlinhos Brown e Mateus Aleluia, Perícles e Maria Gadú, Pepeu Gomes, Davi Moraes e Luiz Caldas e outros mais.
Que outros eventos do gênero sejam lançados pelas plataformas de vídeo durante o ano de 2022.
Até a próxima!
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Depois de dois longos anos distante das telas e dos sons estéreos das salas de projeção, fui ao cinema. Com a pandemia, o isolamento foi o caminho mais indicado e, no dia a dia, meu contato com pessoas se restringiu a somente ficar com a família e conversar com parentes e amigos mediado por tecnologias. Não foi fácil!
O medo do contágio pelo coronavírus trouxe novos hábitos: distanciamento, uso de máscaras, higiene das mãos… Mas todo hábito cansa, e eu já estava exausto de tanto esperar para ir à rua, ver as pessoas, mesmo que de longe.
Dias atrás decidi ir a uma sala de cinema que tivesse menos fluxo de pessoas e me deslumbrei com a sensação de estar na sala escura, sentindo o mundo atravessando a imaginação em uma aventura há muito não vivida.
Que bom!
Estava ainda cheio de cuidados e preocupações, mas confiante em melhores dias, afinal de contas, precisamos aproveitar a vida com os outros, enfrentando as adversidades que aparecem.
Naquele momento não era necessário que o filme fosse um clássico, poderia ser comédia, terror, suspense, o que importava mesmo era retomar a vida cotidiana e curtir a ida ao cinema como uma oportunidade de lazer. Na sala escura mergulhei na narrativa como um monge em meditação, as imagens que vinham à cabeça eram de um pássaro que saiu da gaiola depois de muito tempo preso e que só desejava voar. E assim a imaginação deu o primeiro sobrevoo.
Sem ir ao cinema desde o início de 2020, já havia desacostumado com o telão, parecia que era a primeira vez que me deparava com uma sala de arte. Percebo que momentos assim são como um elixir que vai prolongar um pouco mais o viver, o viver prazerosamente.
De agora em diante virão os momentos de adaptação: pesquisar salas mais vazias, lembrar do comprovante de vacinação e ir ao encontro dessa arte maravilhosa. O momento foi tão significativo que pus fotos com minhas imagens nas redes sociais, coisa que não costumo fazer.
Até a próxima!
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