Sobre o Congresso de 75 anos da UFBA

Congresso 75 anos UFBA
Congresso 75 anos UFBA

A Universidade Federal da Bahia completou 75 anos de existência em 2021 e para comemorar a Instituição realizou um Congresso 75 anos da UFBA ( on-line) no período de 7 a 11 de dezembro de 2021.

No Congresso houve apresentação de videopôsteres de estudantes dos programas institucionais de bolsas da UFBA, mesas e outras formas de discussão como palestras, debates, entrevistas e depoimentos, além de trabalho com intervenções artísticas.

Participei do Evento com a mes Os bastidores de polêmicas contemporâneas na pandemia – uma experiência de educação on-line, junto com os pesquisadores do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC) Anna Izabel, que abordou informações sobre o Polêmicas Contemporâneas durante o período da Pandemia coronavírus; Igor Tairone, que comentou como foi o processo de comunicação educacional mediadas por telas; Lilian Bartira e Sule Sampaio, que conversaram sobre os fóruns educacionais on-line, a comunicação do pessoal do Polêmicas com a sociedade e o processo de avaliação em ambientes digitais. Além dos participantes da Mesa, houve a participação da professora Maria Bonilla e Nelson Pretto, ambos professores da Faculdade de Educação da UFBA e líderes do GEC, por meio de depoimento em formato de vídeo gravado. 

Polêmicas Contemporâneas é um componente curricular da Faculdade de Educação da UFBA, que é ofertado a todos os estudantes, tanto de graduação, quanto de pós-graduação da Instituição, e que nos semestres 2020.2 e 2021.1, por conta da pandemia do Coronavírus, foi oferecido no modo de educação on-line.

A segunda participação foi com o videopôster Conceitos-chave em Vilém Flusser para entendimento dos algoritmos computacionais, sob a orientação do professor Nelson Pretto. Nos quadros abaixo, o leitor terá mais detalhes sobre o evento.

Dados dos Eventos

Mesa de Discussão: Os bastidores de polêmicas contemporâneas na pandemia – uma experiência de educação on-line

Participantes: Cleonilton da Silva Souza, Nelson De Luca Pretto, Joseilda Sampaio de Souza, Lilian Bartira Santos, Igor Tairone Ramos Dos Santos, Anna Izabel Santos Mariano Muniz

Resumo: Polêmicas Contemporâneas é um componente curricular oferecido pelo Departamento II da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia para todos os estudantes da UFBA, em forma de disciplina e evento de extensão. A proposta do Polêmicas é mobilizar os estudantes e demais cidadãos para estudar temas da atualidade que influenciam a vida cotidiana da sociedade brasileira. O componente curricular é organizado pelo GEC – Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias. Com a pandemia do coronavírus – SARS-CoV-2, que surgiu em 2019, e que se espalha de forma invisível, a Faculdade Educação da UFBA ofereceu o Polêmicas Contemporâneas como disciplina e evento de extensão, durante os semestres 2020.2 e 2021.1, no modo de educação on-line, para os estudantes da UFBA e demais pessoas de segmentos diversos da sociedade. Das experiências de aprendizagem vivenciadas com Polêmicas, surgiu a ideia de compor uma mesa de conversa para compartilhamentos de experiências dos estudantes de graduação e pós-graduação da UFBA que participaram da organização do Componente nos semestres 2020.2 e 2021.1, para relatar os desafios e as conquistas ocorridos durante a realização dos eventos.

Videopôster: Conceitos-chave em Vilém Flusser para entendimento dos algoritmos computacionais

Participantes: Nelson De Luca Pretto (orientador) e Cleonilton da Silva Souza (apresentador)

Resumo: O videopôster apresenta reflexão teórica sobre algoritmos computacionais a partir dos conceitos-chave imagem técnica, aparelho, prescrições, decifrações, códigos digitais e transcodificação, por meio do mapeamento bibliográfico das obras de Vilém Flusser, em articulação com os estudos de Ted Striphas (2015) sobre cultura algorítmica e a concepção de Tarleton Gillespie (2018) quanto à relevância dos algoritmos na vida cotidiana. O trabalho teórico faz parte do projeto de pesquisa sobre mediações algorítmicas que está sendo desenvolvido no doutorado em Educação, sob a orientação do professor Nelson de Luca Pretto.

Participar dos dois eventos significou um momento ímpar, de muita aprendizagem. Visite o Congresso para ter mais informações sobre como foi a realização do evento e aproveite para assistir ao Videopôster e à Mesa sobre o Polêmicas.

Até a próxima!


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A cidade do carnaval



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Literatura na Aroeira

Biblioteca Aroeira
Biblioteca Aroeira

A Biblioteca Comunitária Espaço Aroeira é um ambiente de incentivo à leitura e aproximação das pessoas.

A biblioteca faz parte do Espaço Aroeira, uma iniciativa que juntou empreendedores preocupados com a integração do humano com o ambiente e o transcendente, ou seja, lá a sustentabilidade é o alicerce para a convivência, e o comércio assume uma identidade mais humanizada.

Fundar e gerenciar uma biblioteca é um desafio para estes tempos febris de textos e vídeos curtos, onde as selfies são mais importantes do que o aqui e o agora face a face.

Mas os organizadores não se inibiram com as dinâmicas da sociabilidade do digital, em ritmo cada vez mais acelerado, e convidaram os leitores (há um leitor em cada um de nós) para viver em outra velocidade, mais lenta e mais curtida.

A Aroeira então invadiu as mídias sociais digitais e o mundo dos likes e das fotos, provocando o povo com textos, cartazes e vídeos sobre o prazeroso mundo da literatura.

A ideia é dialogar com toda a gente e propor desafios de leitura e trocas de experiências leitoras a cada postagem.

Até o início de novembro a página da Biblioteca no Instagram continha 107 publicações, interagia com 207 seguidores e seguia 

140 internautas. Tudo isto no curto espaço de tempo de dois meses, pois a primeira postagem da página foi em setembro de 2021. Haja fôlego para tanta publicação prazerosa sobre leitura, livros e leitores. 

A filosofia da Biblioteca é trocar, pegar, doar, ler e fazer circular livros de literatura.

Todos esses gestos de trocar, pegar, doar, ler e fazer circular dão suporte para os organizadores da Biblioteca formarem o acervo de livros local, repassar livros para escolas públicas, trocar livros nos sebos e provocar os leitores para a desafiante jornada de leitura.

Conversei com Ana Cláudia, uma das organizadoras da Biblioteca Aroeira, e veja o que aconteceu:

***

EPraxe: quem é Ana Claudia?

Ana Cláudia: cearense da gema. Mãe da Marianah e do Antonio José. Mestra em Psicologia clínica. Atravessada pelo saber psicanalítico. Trabalho com Gestão de Pessoas no BB e desde junho/21 realizo um trabalho voluntário na biblioteca do Espaço Aroeira.

EPraxe: quem é Ana Claudia na Biblioteca?

Ana Cláudia: no espaço físico da Biblioteca sou uma espécie de coordenadora, faxineira, decoradora e no espaço virtual sou criadora de conteúdo para o perfil do Instagram. Digo coordenadora, pois como não sou bibliotecária, acredito ser este o nome que mais se aproxima do que faço.

EPraxe: o que move Ana Claudia a trabalhar na Biblioteca?

Ana Cláudia: minha antiga e eterna paixão pelos livros. O livro como objeto em si e o conteúdo dos quais eles são portadores. Outra motivação são as conversas. Que maravilha, falar sobre livros, indicar uma leitura, trocar percepções.

EPraxe: que dificuldades você tem encontrado para levar o projeto à frente?

Ana Cláudia: preciso me organizar melhor para fazer tudo que quero, como grupo de leituras, encontros literários entre outros eventos. E agora o número de livros para ler aumentou infinitamente, então o tempo passou a ser uma questão.

EPraxe: que significado tem a leitura para você?

Ana Cláudia: a leitura sempre foi para mim lugar e tempo de alargamento da alma. O silêncio cheio de vozes, as inúmeras paisagens, as viagens no tempo me fizeram ver a vida e as pessoas de uma maneira mais ampla e quiçá mais profunda. Eu leio porque tenho prazer na leitura, acho que esse é um ponto fundamental.

Pois é, gente, uma entrevista poética. Ana Cláudia foi contaminada pelo vírus bom da arte literária.

***


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Funcionamento
Segunda a sábado, das 9 às 18 horas
Domingos, das 9 às 13 horas

Sede

Setor de Habitação Individual Norte Área Especial nº 3 Loja Nº 2, Pólo Verde, Lago Norte, Brasília, DF, 71503-700.

Até a próxima!


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Pensar faz bem com Clarice Lispector

Pensar faz bem - com Clarice Lispector
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Vilém Flusser depois dos cem anos

Flusser 101 anos

Flusser 101 anos

O ano de 2020 foi demarcado pelo advento da pandemia do coronavírus, o que influenciou sobremaneira na realização de eventos sobre questões sociais relevantes da cultura brasileira.

Um evento não realizado a contento foi o de celebração dos 100 anos de nascimento do filósofo Vilém Flusser. E Flusser merecia uma celebração multifacetada, transpassada por homenagens em diversas áreas do conhecimento, afinal de contas o filósofo se movimentava intelectualmente em diversa área do saber humano, discutindo temas como comunicação,  técnica, fotografia, gestos e história da cultura de maneira tão integrada que se torna difícil lê-lo tentando particionar o conhecimento em disciplinas ou em fragmentos do pensamento. 

Em Flusser a totalidade e as especificidades eram interligadas. O farol de Flusser era a realidade, mesmo quando ele construía abstrações. Flusser elaborou um arcabouço epistemológico de difícil compreensão para a época em que ele mais produziu (1960-1990), pois as discussões levantadas por ele diziam respeito ao futuro, a algo que estava próximo do humano, mas como realidade nova e que era de difícil compreensão. 

Para Flusser a política não poderia ser estudada como dantes, assim como não poderia ter o mesmo tratamento de análise a dimensão comunicacional. Essa posição intelectual suscitou estranhamentos entre os pensadores da época em que o filósofo viveu.

Vejamos algumas ideias concebidas por Vilém Flusser, que hoje parecem de fácil entendimento, mas que pareciam de difícil compreensão nas últimas décadas do século XX.

Uma ideia-chave no pensamento de Flusser era sobre Imagem Técnica, uma imagem criada por objetos técnicos, não mais pelos humanos, uma imagem de um contexto Pós-Histórico, que se situava além do período histórico da escrita. Ele já sinalizava que tais imagens inaugurariam novas formas de produção de cultura. 

Flusser também já dissertava sobre os Aparelhos, esses objetos técnicos que fazem parte da nossa vida cotidiana e são responsáveis pela criação das referidas imagens técnicas. Os aparelhos, constituídos de hardware e software, são objetos da Pós-História também.

Dessas concepções surge a ideia de um Mundo Codificado, organizado por autômatos e regido por Códigos Digitais, que são utilizados para simular o pensamento humano.

Com a concepção sobre os códigos digitais advém uma nova ideia: a de Prescrições, os modos como se darão as formas de comunicação entre os humanos e os objetos técnicos no novo sistema de codificação/decodificação. 

Se existe um novo modo de codificação seria preciso pensar novas formas de Decifrações, e Flusser não se perde na obviedade da simples decodificação e concebe que o ato de decifrar poderia assumir dimensões distintas como a de uma simples descrição do código, de um alinhamento à lógica do processo de codificação, como também de uma subversão à lógica codificadora.

Essas são ideias inovadoras para o contexto do final do século XX quanto ao relacionamento humano-técnica em pleno advento de propagação da computação no ambiente doméstico. 

Por fim, Flusser concebe a ideia da Transcodificação, uma nova epistemologia a ser construída para lidar com o novo código, código este que alicerçava a existência dos novos aparelhos na época. A ideia da transcodificação, defendida pelo filósofo, não é apenas um construto epistemológico, mas é também uma iniciação a uma abordagem metodológica para dar conta de aproximar o humano da linguagem constitutiva dos aparelhos e poderá servir de base para a elaboração de abordagens educacionais que promovam a cidadania das pessoas.

Em vez de fragmentar o pensamento em disciplinas, é necessário, com Flusser, transdisciplinar, ou seja, atravessar o conhecimento por meio de diversos olhares, a fim de não se subjugar à superfície e mergulhar em profundidade no real. 

Chegamos ao ano de 2021 e podemos celebrar os 101 anos de nascimento de Flusser como pensador singular do século XX, um perscrutador do presente que olhava para o futuro.

Até a próxima!


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Memórias de um estudante brasileiro de periferia

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